Confronto em presídio no Equador deixa ao menos 31 mortos
Distúrbios foram provocados pelos detentos que estão revoltados com a possível transferência para uma prisão de segurança máxima
Um confronto entre facções rivais na penitenciária de Machala, no norte do Equador, durante a madrugada deste domingo (09/11), terminou com a morte 31 detentos, dos quais 27 enforcados.
As informações sobre o caso foram divulgadas pelo Serviço Nacional de Atenção Integral a Pessoas Adultas Privadas de Liberdade (SNAI) na rede social X.
De acordo com o órgão, horas depois do massacre, agentes de segurança encontraram corpos enforcados no terceiro andar do presídio, identificando o episódio como um novo episódio da guerra entre as gangues na prisão.
“Em relação aos acontecimentos ocorridos neste domingo à tarde no Centro de Detenção de Machala, informa-se que, até o momento, foram registradas 27 mortes de pessoas privadas de liberdade, entre as quais por asfixia, que resultou em morte imediata por enforcamento”, declarou o órgão.
Segundo o SNAI, os tumultos que foram provocados por uma revolta dos detentos com uma medida do governo do presidente Daniel Noboa que visa transferir os presos para uma nova prisão de segurança máxima, que está prevista para ser inaugurada ainda este mês.
Diante das críticas de especialistas e opositores, o mandatário tem realizado propostas de militarização no país, com a justificativa de agir para conter a violência.

Penitenciárias no Equador estão vivendo dias marcados de violência
pixabay/ Marcello Rabozzi
Situação presidiária no Equador
Nos últimos anos, o Equador deixou de ser um dos países com grande número de casos de violêcia, e um dos fatores que demonstram é o dos confrontos e massacres em presídios.
Desde 2021 cerca de 600 pessoas morreram no país em situações desse tipo, em episódios provocados por diferentes fatores, como a superlotação nas cadeias, o uso excessivo de prisões preventivas e a atuação de guardas prisionais mal treinados, que não conseguem conter à violência.
Em 2024, o presidente Noboa ordenou que as Forças Armadas assumissem as prisões do Equador, declarando um conflito armado interno contra as facções narcotraficantes que operam no país. Porém, em agosto deste ano, oito dessas penitenciárias tiveram sua gestão transferida à Polícia Nacional.
Nos últimos anos, o Equador registrou um aumento da taxa de homicídios, que passou de seis para 100 mil habitantes em 2018, para 38 a cada 100 mil em 2024, resultado da alta violência entre gangues que se aproveitam do país como rota para exportação de drogas.























