Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O Comitê de Supervisão do Congresso norte-americano tornou públicos nesta segunda-feira (08/09) documentos do espólio de Jeffrey Epstein. Entre que inclui um desenho sexualmente sugestivo com o que aparenta ser a assinatura de Donald J. Trump. A revelação reacendeu a polêmica sobre a relação do republicano com o financista condenado por crimes sexuais.

O material, conhecido como “Livro de Aniversário” de Epstein — produzido em 2003 para comemorar seus 50 anos — contém cartas, fotos e ilustrações de dezenas de personalidades. Entre elas, consta o desenho de uma  mulher nua com o nome “Donald” escrito abaixo da cintura. A imagem é acompanhada de um texto que simula uma conversa entre Trump e Epstein.

Segundo The New York Times, a assinatura lembra correspondências pessoais de Trump da época, que também traziam apenas o primeiro nome com traços semelhantes. A Casa Branca, no entanto, nega a autenticidade do documento. A porta-voz Karoline Leavitt afirmou que “é muito claro que o presidente Trump não fez esse desenho, nem o assinou”.

O vice-chefe de comunicações Taylor Budowich também se manifestou, aponta o jornal. Ele disse que a assinatura não corresponde ao estilo atual de Trump, chegando a publicar fotos comparativas de seus autógrafos recentes.

Comitê da Câmara dos EUA divulga documento de Epstein com suposta assinatura de Trump
Gage Skidmore / White House

Abertura dos arquivos

Os congressistas democratas pressionam pela liberação integral dos arquivos de Epstein. O deputado Robert Garcia, líder democrata no Comitê de Supervisão, declarou em comunicado que “o Comitê obteve o infame ‘Livro de Aniversário’ que contém uma nota do presidente Trump que ele disse não existir. É hora de o presidente dizer a verdade e liberar todos os arquivos de Epstein.”

Já o republicano James Comer, presidente do Comitê, acusou a oposição de “politizar informações”, afirmando que Trump não é acusado de nenhuma irregularidade.

Além de cartas, no espólio entregue ao Comitê, constam testamentos, registros bancários, listas de contatos e cópias de acordos judiciais firmados por Epstein. As páginas, aponta a reportagem, revelam um círculo de amigos poderosos, com mensagens muitas vezes de teor misógino e sexualizado.

O caso tem dividido parte da base MAGA de Trump que pressiona para que o Departamento de Justiça libere todos os arquivos. Já os líderes do Partido Republicano tentam evitar que a questão avance para uma votação no plenário. Para analistas ouvidos pelo NYT, o episódio pode enfraquecer ainda mais a posição de Trump, que busca controlar a narrativa sobre suas conexões com Epstein em meio às eleições de 2026.