Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A declaração de guerra do Estado de Israel contra os palestinos residentes em Gaza incluiu uma medida por parte de Tel Aviv para incrementar o cerco à cidade, com o bloqueio de energia e de suprimentos.

Nesta segunda-feira (09/10), o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, anunciou que seu país passou a impedir o fornecimento de água, gás, combustíveis e alimentos à região palestina.

A medida configura um cerco completo a uma cidade que já se enfrenta, desde 2005, o bloqueio contra o direito de ir e vir – os residentes não podem deixar a cidade exceto quando há uma autorização do governo ou da Justiça israelense. Mesmo o fornecimento de energia e suprimentos carecia dessa autorização que, a partir dessa medida, passará a ser negado independente da circunstância.

“A ordem foi para se estabelecer o bloqueio total para a Faixa de Gaza. Não haverá eletricidade, nem comida, nem água, nem combustível, tudo fechado”, ressaltou Gallant, em entrevista aos meios israelenses.

Em seguida, o ministro da Defesa do governo de Benjamin Netanyahu tentou justificar a medida com uma declaração que demonstrou um tom racista, ao comparar os palestinos com animais.

Yoav Gallant, ministro da Defesa de Tel Aviv, qualificou palestinos como ‘animais humanos’ para justificar bloqueio total de energia, água e alimentos à cidade

Governo de Israel

Yoav Gallant admitiu que foi dele a ordem para ‘estabelecer o bloqueio total de eletricidade, comida, água e combustível’ a Gaza

“Nós estamos combatendo contra animais humanos e estamos agindo em conformidade com esse contexto”, afirmou Gallant.

Embora a declaração de guerra de Israel contra a Faixa de Gaza seja uma reação ao ataque sem precedentes realizado pelo Hamas no último sábado (07/10), também é verdade que esse ataque também é uma reação a anos de ataques israelenses contra as comunidades palestinas, tanto em Gaza quanto na Cisjordânia.

O Hamas justificou suas ações lembrando do aumento dos confrontos com as forças israelenses nos últimos meses, incluindo a invasão da mesquita de Al-Aqsa, local considerado sagrado para os muçulmanos.

Segundo o doutor em Relações Internacionais Bruno Huberman, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e militante judeu pró-Palestina, “a vida das pessoas em Gaza é ainda pior que a dos judeus no Gueto de Varsóvia”.

Com informações de Middle East Eye.