Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), escreveu uma postagem na plataforma X, nesta quinta-feira (23/10), sugerindo ao governo dos Estados Unidos que realize ataques contra barcos na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.

A publicação foi uma resposta a um vídeo publicado pelo secretário de Guerra norte-americano, Pete Hegseth, no qual este se vangloria do bombardeio realizado esta manhã contra um barco que navegava pelo Oceano Pacífico – ação que resultou na morte de três pessoas, segundo as autoridades estadunidenses.

Em sua mensagem, o senador carioca começou dizendo “que inveja”, e emendou afirmando que “ouvi dizer que há barcos como este aqui no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara, inundando o Brasil com drogas”.

Em seguida, Bolsonaro pergunta a Hegseth: “você não gostaria de passar alguns meses aqui nos ajudando a combater essas organizações terroristas?”.

Mensagem dos EUA

Na mensagem que provocou a resposta de Bolsonaro, Hegseth disse que “o Departamento de Guerra realizou mais um ataque cinético letal contra uma embarcação operada por uma organização terrorista designada”.

“Mais uma vez, os terroristas, agora falecidos, estavam envolvidos no narcotráfico no Pacífico Oriental”, acrescentou, sem especificar qual seria a organização terrorista para a qual o barco supostamente operava.

O secretário norte-americano também disse que “esses ataques continuarão, dia após dia”, e que “não se trata apenas de traficantes de drogas, são narcoterroristas trazendo morte e destruição às nossas cidades”.

Bomba atômica

Não é a primeira vez que Flávio Bolsonaro faz alusão a um possível ataque dos Estados Unidos ao Brasil.

Em julho deste ano, após os Estados Unidos anunciarem o tarifaço de 50% aos produtos brasileiros que ingressam ao mercado norte-americano, o senador comparou a situação ao lançamento da bomba atômica sobre o Japão em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial.

Durante uma entrevista ao canal CNN Brasil, o parlamentar perguntou: “como a gente sai dessa enrascada (tarifaço dos Estados Unidos), a gente vai continuar com o nosso orgulho, ‘somos brasileiros’, todos nós temos orgulho de ser brasileiros (sic), mas como é que resolve essa situação?”

“Se a gente olhar para a Segunda Guerra Mundial, o que os Estados Unidos fez (sic) com o Japão? Lança uma bomba atômica em Hiroshima, para demonstrar força, qual foi a reação do Japão naquela época? Falou: ‘nós aqui somos patriotas, isso é uma interferência dos Estados Unidos aqui no nosso país, vamos resistir, fora ianques’. Qual foi a consequência três dias depois? Uma segunda bomba atômica em Nagasaki, para aí depois sim haver, no dia 16 de agosto de 1945, ou seja, duas semanas após a primeira bomba, haver uma rendição formal por parte do Japão”, justificou o senador.

Bolsonaro concluiu sua argumentação dizendo que “essa situação (tarifaço) tem que ser encarada como uma negociação de guerra sim, onde nós não estamos em condições normais, nós não estamos em condições de exigir nada por parte do governo Trump, ele vai fazer o que ele quiser independente da nossa vontade”.

“Cabe a nós termos a responsabilidade de evitar que caiam duas bombas atômicas aqui no Brasil para depois nós anunciarmos que vamos fazer anistia (a Jair Bolsonaro), para depois nós anunciarmos que, eu acho que é uma segunda coisa que ele (Trump) vai querer também colocar na mesa de negociação, porque é o que está na carta dele, que é a questão da liberdade de expressão nas redes sociais”, completou o senador.