Colômbia concede cidadania a Jorge Glas e pede a Equador que permita seu asilo no país
Ex-vice-presidente aliado de Rafael Correa está preso desde 2017 e alega ser vítima de lawfare; governo de Gustavo Petro alegou que extradição do político seria ‘gesto pela paz’
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou nesta terça-feira (16/09), que seu governo concedeu a cidadania colombiana ao ex-vice-presidente do Equador, Jorge Glas, que está preso em seu país natal e alega ser vítima de tortura e de uma operação de lawfare.
Segundo Petro, “o cidadão Jorge Glas obteve sua cidadania colombiana, e espero que o governo equatoriano permita que ele possa vir ao nosso país”.
“Seria um gesto importante a favor da paz e da integração regional”, acrescentou o mandatário colombiano, em sua declaração.
Quem é Jorge Glas
Vice-presidente do Equador entre os anos de 2013 e 2017), durante o último mandato de Rafael Correa (2007-2017), Glas foi condenado em 2017 por envolvimento com um suposto esquema de corrupção, mas sua defesa alega que ele é inocente e que a sentença foi parte de uma campanha de perseguição política contra ele e outros líderes progressistas do país.
O próprio Rafael Correa foi condenado pela Justiça equatoriana, também por sua suposta ligação com atos de corrupção, mas se encontra na Bélgica, país onde se mantém em exílio desde 2020.

Advogados de Jorge Glas alegam que ele é vítima de perseguição judicial no Equador
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Jorge Glas alega ser vítima de perseguição judicial no Equador
Em 2022, uma decisão judicial permitiu sua libertação, mas essa situação durou apenas alguns meses. Em 2023, diante de uma nova ordem de prisão, o político encontrou refúgio na Embaixada do México em Quito, e recebeu asilo político concedido pelo governo do então presidente Andrés Manuel López Obrador (2018-2024).
No entanto, enquanto o pedido de extradição ao México tramitava nos tribunais equatorianos, em abril de 2024, a Polícia Nacional do país andino invadiu a missão diplomática mexicana e prendeu Glas.
O operativo policial resultou, também, no rompimento de relações diplomáticas entre Quito e Cidade do México.
Desde então, Glas permanece em uma prisão de segurança máxima. Sua defesa alega que as autoridades locais o mantêm propositalmente em condições insalubres e sob situação de tortura, incluindo a dificuldade de acesso a medicamentos de uso controlado que ele precisa tomar por questões de saúde.























