Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A economia da China superou as expectativas de crescimento no segundo trimestre deste ano. O PIB chinês registrou alta de 5,2% entre abril e junho em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado foi divulgado nesta terça-feira (15/07) pelo Departamento Nacional de Estatísticas (NBS).

Segundo a NBS, o setor de serviços liderou o avanço do crescimento, com 5,5%; seguido pela indústria (5,3%) e pela agricultura (3,7%). O resultado superou levemente as previsões de analistas. Eles estimavam uma alta de 5,1%, apesar do índice ter ficado abaixo dos 5,4% do primeiro trimestre.

Em coletiva de imprensa, o vice-diretor do NBS, Sheng Laiyun, destacou que “este é um resultado difícil de conquistar, especialmente considerando as mudanças bruscas no cenário internacional e o aumento das pressões externas desde o segundo trimestre”.

Em sua avaliação, o crescimento é fruto da implementação acelerada de políticas macroeconômicas mais proativas, como investimentos em infraestrutura, subsídios ao consumo e cortes de juros.

No acumulado do primeiro semestre deste ano, o PIB chinês avançou 5,3%, totalizando cerca de 66,05 trilhões de yuans (aproximadamente U$S 9,24 trilhões ou R$ 51,3 trilhões), segundo a agência estatal Xinhua.

China supera expectativas e cresce 5,2% no segundo trimestre
Jean-Marc Ferré / ONU

Tarifaço

Apesar do crescimento, analistas alertam para um segundo semestre mais desafiador devido às taxas cobradas pelos Estados Unidos sobre os produtos chineses. O crescimento recente do país, destaca The Guardian, foi impulsionado por uma estratégia de “front-loading”, em que fábricas anteciparam os embarques durante a trégua temporária nas tarifas entre Pequim e Washington. Esse acordo expira em 12 de agosto, e, se não for renovado, tarifas bilaterais elevadas podem voltar, impondo novos riscos ao comércio global.

“Apesar de um bom desempenho no início do ano, a perspectiva deve piorar no segundo semestre, à medida que os efeitos do front-loading diminuem e as tarifas dos EUA se tornem mais visíveis”, avaliou Wei Yao, economista do Société Générale, ao veículo britânico.

Após semanas de guerra tarifária que chegou a cobranças de 145% dos norte-americanos sobre produtos chineses e de 125% dos chineses sobre as exportações dos EUA, em 11 de abril, as taxas despencaram. Em 12 de maio, elas chegaram a 30% e 10%, respectivamente.

O tarifaço do presidente dos Estados Unidos será um dos temas da reunião do Conselho de Ministros das Relações Exteriores dos Estados-Membros da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), que acontece em Tianjin, nesta terça-feira (15/07).

Com The Guardian e Xinhua