Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O governo da China reforçou a sua exigência para que os Estados Unidos atendam ao apelo majoritário da comunidade internacional, suspendendo imediatamente o bloqueio brutal e as sanções ilegais contra a Cuba, além de remover o país da chamada “lista de Estados patrocinadores do terrorismo”. A posição foi dada nesta sexta-feira (31/10) pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun, durante uma coletiva. 

Na quarta-feira (29/10), a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) votou pela 33ª vez consecutiva por uma resolução que condena o embargo norte-americano contra Cuba, obtendo 165 votos favoráveis pelo fim do bloqueio unilateral, 7 contrários e 12 abstenções.

A proposta contou com o voto à favor do Brasil, em uma posição que se manteve em todas as 32 votações anteriores. Já entre as abstenções, estão Albânia, Bósnia e Herzegovina, Costa Rica, Equador, Estônia, Letônia, Lituânia, Marrocos, Moldávia, Polônia, Romênia e Tchéquia. Entre os votos contra, estão os Estados Unidos, Argentina, Paraguai, Israel, Ucrânia, Hungria e Macedônia do Norte.

“A Assembleia Geral mais uma vez aprovou a resolução por esmagadora maioria, demonstrando amplo apoio internacional ao povo cubano por seu justo esforço para salvaguardar a soberania nacional e se opor à interferência externa e ao bloqueio brutal. É mais uma evidência de que movimentos unilaterais e intimidadores não encontram apoio”, destacou Jiakun.

Ainda de acordo com o porta-voz chinês, por mais de seis décadas, Washington cometeu “graves violações” contra os princípios da Carta da ONU” ao infringir o direito cubano à subsistência e ao desenvolvimento.

“Na Assembleia Geral da ONU, a China votou a favor da resolução de Cuba pedindo o fim do embargo dos EUA por 33 vezes consecutivas desde 1992”, lembrou. “A China continuará pedindo justiça internacional e permanecerá firmemente comprometida em apoiar o povo cubano na luta contra a interferência externa e o bloqueio, seguindo o caminho de desenvolvimento condizente com as condições nacionais de Cuba e salvaguardando a soberania e a dignidade”.

Guo Jiakun, porta-voz da chancelaria chinesa, concede coletiva a jornalistas e aborda, entre assuntos, condenação das Nações Unidas contra embargo norte-americano à Cuba
Reprodução/Embaixada da República Popular da China no Brasil

Em setembro, a chancelaria da Cuba apresentou um relatório anual sobre os impactos do bloqueio norte-americano. No documento que abraça o período de março de 2024 a fevereiro de 2025, consta que as perdas materiais atingiram US$ 7,556 bilhões (R$ 43,4 bilhões), o que significa um aumento de 49% em relação ao período anterior. Diz o levantamento que, sem o bloqueio, o PIB nacional poderia ter crescido cerca de 9,2% em 2024.

Entre os principais fatores de impactos em perdas, está a renda não arrecadada por exportações de bens e serviços, estimada em US$ 2,608 bilhões (R$ 15 bilhões), e pela relocalização do comércio, no valor de US$ 1,213 bilhões (R$ 6,97 bilhões). Outra questão é a política de Washington de incitar a emigração de profissionais e técnicos cubanos. Segundo a ilha, tal medida gerou danos estimados em US$ 2,570 bilhões (R$ 14,8 bilhões).

Vale lembrar que a relocalização acontece porque os Estados Unidos sancionam empresas, navios e bancos de países terceiros que realizarem negócios com Cuba. Desta forma, Havana é obrigada a desenvolver outras estratégias para seus negócios com empresas de diferentes nações, muitas vezes arcando custos extras em transações comerciais.

(*) Com informações de Brasil de Fato