China exibe poder militar e influência diplomática em desfile histórico
Comemoração dos 80 anos da vitória sobre o Japão, durante a Segunda Guerra Mundial, contou com 26 líderes de alto escalão do Sudeste Asiático
O desfile comemorativo do 80º aniversário do Dia da Vitória da China sobre o Japão, que aconteceu nesta quarta-feira (03/09), na Praça Tiananmen em Pequim, foi uma demonstração do poderio militar da China e, também, um momento de afirmação de sua liderança global e crescente influência diplomática.
É o que aponta reportagem do South China Morning Post intitulada “As cinco principais conclusões do desfile militar do Dia da Vitória”. Assinado por Dewey Sim, correspondente da agência em Pequim, o texto aborda algumas estreias do desfile militar que marcou oito décadas de vitória da China sobre o Japão, durante a Segunda Guerra Mundial, com uma perda de mais de 30 milhões de combatentes.
Esta é a segunda vez que o país asiático comemorou a data com um grande desfile – a primeira ocorreu dez anos atrás –, e o deste ano é considerado histórico.
A reportagem destaca que ele será marcado pela cena do presidente Xi Jinping caminhando pelo tapete vermelho ao lado do presidente russo Vladimir Putin e do líder norte-coreano, Kim Jong-un. É a primeira vez, destaca a reportagem, que três países considerados rivais dos Estados Unidos são vistos reunidos em um mesmo lugar, o que “envia um forte sinal de unidade contra o Ocidente liderado pelos EUA”, diz o texto. É, também, a estreia de Kim em um grande evento multilateral.
O evento reuniu 26 líderes de alto escalão do Sudeste Asiático, incluindo o presidente indonésio Prabowo Subianto e o primeiro-ministro da Malásia Anwar Ibrahim. Apenas dois chefes de governo europeus compareceram ao evento, o presidente sérvio Aleksandar Vucic e o primeiro-ministro eslovaco Robert Fico.

China exibe poder militar e influência diplomática em desfile histórico
Xinhua/Fei Maohua
Poderio militar
O desfile também foi uma vitrine do poderio militar chinês, com milhares de soldados marchando pela Praça Tiananmen, de várias forças chinesas: Exército Popular de Libertação (em inglês, PLA), Marinha, a Força Aérea, a Força de Apoio Logístico Conjunto e a Força de Foguetes, além da Força Aeroespacial, aponta a reportagem.
Também foram mostrados sistemas de armas terrestres, veículos aéreos não tripulados e sistemas de mísseis, todos em operação seguindo o presidente chinês. “O desfile pelo coração da capital chinesa mostrou que o PLA não está apenas tentando alcançar o Ocidente, mas se preparando para guerra futura”, aponta o texto.
Entre as armas exibidas, a reportagem destaca o míssil balístico intercontinental DF-61, o mais avançado do país; e o JL-3, também míssil balístico, mas lançado por submarino e considerado “crucial nas operações de dissuasão nuclear marítimas do PLA”.
Drones e arma nuclear
O desfile também focou na exibição de armas nucleares com a exibição do DF-31BJ. Segundo a reportagem, trata-se de uma atualização do DF-31AG, a variante mais avançada com alcance operacional relatado de mais de 11.200 km (6.959 milhas), lançada em setembro de 2024.
Também foi mostrado o drone GJ-11, projetado para ataques de precisão e missões de reconhecimento aéreo, que apresentam um “design furtivo com uma asa voadora sem cauda e dois compartimentos internos de armas”. Os drones pode ser emparelhados com aeronaves tripuladas.
Outro armamento de destaque foi o lançador múltiplo de foguetes PHL-16, também conhecido como PCL-191, uma versão chinesa do Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (Himars) da Lockheed Martin comprada e implementada por Taiwan, informa a reportagem, ao salientar o papel significativo que o armamento pode ter, por suas habilidades de longo alcance, frente a contingências no Estreito de Taiwan.























