Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente da China, Xi Jinping, discursou nesta segunda-feira (01/09) na cúpula da Organização da Cooperação de Xangai (OCS) e pediu que o bloco defenda o multilateralismo e se oponha ao “hegemonismo”, sem citar diretamente o governo dos Estados Unidos, presidido por Donald Trump.

Abrindo o segundo dia da 25ª Reunião do Conselho de Chefes de Estado da OCS em Tianjin, o mandatário chinês sustentou que o bloco deveria “defender uma ordem mundial justa e ordenada” e um sistema “mais razoável” de governança global.

Neste sentido, apresentou a Iniciativa de Governança Global (IGG). “Estou ansioso para trabalhar com todos os países por um sistema de governança global mais justo e equitativo e avançar em direção a uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade”, disse Xi ao discursar na reunião.

Segundo ele, os cinco princípios para integrar o IGG são: “aderir à igualdade soberana, cumprir e respeitar o Estado de Direito Internacional, praticar o multilateralismo, defender uma abordagem centrada nas pessoas e tomar ações reais”.

Xi defendeu o posicionamento diante de um mundo “turbulento e mutável” e pediu aos membros da organização que “caminhem juntos em direção à modernização por meio do apoio mútuo para um futuro comum”.”Os Estados-membros da OCS são todos amigos e parceiros”, disse ele, citado pela Xinhua.

Em seu discurso também enfatizou a importância de “manter o compromisso com a abertura e a inclusão”, ressaltando que os países membros da organização “nunca serão inimigos”, de modo que o bloco “sempre defenderá a equidade e a justiça internacionais” .

“É necessário defender a verdade histórica sobre a Segunda Guerra Mundial, opor-se ao confronto em bloco e à intimidação”, disse o presidente do país asiático.

Em seu discurso, o líder chinês ressaltou que a OCS foi a primeira organização “a concluir um tratado de boa vizinhança, amizade e cooperação a longo prazo, proclamando o nosso compromisso de forjar uma amizade duradoura e de nos abster de hostilidades”.

Declarações de Xi Jinping ocorreram no segundo dia da 25ª Reunião do Conselho de Chefes de Estado da OCS
UN Photo/Jean-Marc Ferré

Por isso, pediu aos estados-membros que “permaneçam fiéis à missão fundadora da organização” e que “promovam seu desenvolvimento estável e sustentável com maior determinação e medidas mais pragmáticas”.

Xi ainda anunciou que a China fornecerá ajuda estimada em dois bilhões de yuans (cerca de R$ 1,57 bilhão) aos estados-membros da Organização de Cooperação de Xangai no ano de 2025.

De acordo com o mandatário, a organização deve impulsionar seu comércio e reforçar a cooperação em áreas como energia, infraestrutura, indústria verde, economia digital, inovação científica e tecnológica e inteligência artificial.

O que é a Organização de Cooperação de Xangai?

Fundada em Xangai em junho de 2001, a OCS se expandiu de seis membros fundadores para uma família de 26 nações, composta por 10 membros, dois observadores e 14 parceiros de diálogo, abrangendo Ásia, Europa e África, com cooperação em mais de 50 áreas e uma produção econômica combinada de quase US$ 30 trilhões, de acordo com a Xinhua.

Segundo Xi a “influência” do bloco e seu “apelo internacional estão aumentando a cada dia”.

A cúpula da OCS reúne representantes de mais de 20 países e 10 organizações internacionais. Entre os líderes presentes estão o russo Vladimir Putin, o indiano Narendra Modi , o iraniano Masud Pezeshkian e o turco Recep Tayyip Erdogan.

Fundada em 2001, a OCS reúne Índia, Irã, Cazaquistão, China, Quirguistão, Rússia, Bielorrússia, Tadjiquistão, Paquistão e Uzbequistão.

Neste evento, Afeganistão e Mongólia participam como observadores. Já Azerbaijão, Armênia, Bahrein, Camboja, Egito, Kuwait, Maldivas, Mianmar, Nepal, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Turquia e Sri Lanka têm o status de parceiros de diálogo .

(*) Com TeleSUR e informações da Xinhua