'Corte na exportação de minerais chineses afetará defesa dos EUA', aponta relatório
Documento da Govini diz que medida impacta mais de 20 mil peças usadas pelo país; Pequim alegou possível uso militar dos minérios
A medida chinesa que barra a exportação de minerais raros para os Estados Unidos afetará mais de 1.000 sistemas de armas e 87% das cadeias de suprimentos das Forças Armadas norte-americanas, segundo apontou um relatório da empresa de softwares de defesa Govini.
A companhia, que atende o Departamento de Defesa dos EUA, chamou a medida anunciada pelo Ministério do Comércio Chinês como “repressão”.
Para a empresa, o corte “notavelmente, interromperá ou desacelerará a exportação de vários minerais críticos para os EUA, incluindo antimônio, gálio e germânio”.
Tais minérios são usados para o desenvolvimento de tecnologia moderna.
China recently announced strict new export controls on critical minerals used in parts and weapons across the military.
More than 20K parts and 1K American weapons systems depend on supply chains intertwined with China.
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— Govini (@GoviniDefense) December 16, 2024
O reconhecimento da empresa sobre os fins dos minérios importados pelos EUA condiz com a alegação chinesa ao anunciar a restrição.
Segundo Pequim, as razões alegadas eram o possível uso militar destes minerais.
“Antimônio, gálio e germânio são essenciais para a criação de uma gama de produtos militares e civis, incluindo balas, cabos, tecnologia infravermelha, baterias EV e muito mais. Mais de 20.000 peças individuais usadas pelo DoD [Departamento de Defesa] (mais a Guarda Costeira dos EUA) são impactadas pelos regulamentos, afetando mais de 1.000 sistemas de armas em todos os ramos das forças armadas”, afirmou o documento, divulgado na última sexta-feira (13/12).

U.S. Secretary of Defense/Flickr
Govini especificou que no Departamento de Defesa norte-americano, 6.335 peças exigem antimônio; 11.351, gálio; e 12.777, germânio
Em detalhes, a Govini especificou que, no Departamento de Defesa norte-americano, 6.335 peças exigem antimônio; 11.351, gálio; e 12.777, germânio.
Por outro lado, são 501 os sistemas de armas impactados na Marinha; 267 no Exército; 193 na Força Aérea; 113 nos Fuzileiros Navais e um na Guarda Costeira.
“Existem 12.486 cadeias de suprimentos que dão suporte à produção de mais de 1.000 sistemas de armas feitos com antimônio, gálio e/ou germânio. 87% dessas cadeias de suprimentos (10.829) dependem de um fornecedor chinês em algum momento”, resume a análise.
Além dos mencionados, a pesquisa da empresa ainda revelou sistemas de armas vitais “que são mais dependentes dos minerais críticos impactados”.
Isso inclui os Contratorpedeiro [navio de guerra] da Classe Arleigh Burke da Marinha, os navios de assalto anfíbio da Classe America, os porta-aviões da Classe Nimitz e o programa de mísseis nucleares.
“Apesar dos estoques conhecidos dos EUA, garantir a prontidão e a sustentabilidade dos sistemas que dependem desses minerais de forma prolongada exigirá precisão”, insta a empresa ao alertar que o Departamento de Defesa norte-americano precisará “mapear a oferta e antecipar a demanda relacionada a sistemas de armas específicos” para reduzir os riscos causados pela imposição de Pequim.























