Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A medida chinesa que barra a exportação de minerais raros para os Estados Unidos afetará mais de 1.000 sistemas de armas e 87% das cadeias de suprimentos das Forças Armadas norte-americanas, segundo apontou um relatório da empresa de softwares de defesa Govini. 

A companhia, que atende o Departamento de Defesa dos EUA, chamou a medida anunciada pelo Ministério do Comércio Chinês como “repressão”.

Para a empresa, o corte “notavelmente, interromperá ou desacelerará a exportação de vários minerais críticos para os EUA, incluindo antimônio, gálio e germânio”.

Tais minérios são usados ​​para o desenvolvimento de tecnologia moderna.

O reconhecimento da empresa sobre os fins dos minérios importados pelos EUA condiz com a alegação chinesa ao anunciar a restrição.

Segundo Pequim, as razões alegadas eram o possível uso militar destes minerais.

“Antimônio, gálio e germânio são essenciais para a criação de uma gama de produtos militares e civis, incluindo balas, cabos, tecnologia infravermelha, baterias EV e muito mais. Mais de 20.000 peças individuais usadas pelo DoD [Departamento de Defesa] (mais a Guarda Costeira dos EUA) são impactadas pelos regulamentos, afetando mais de 1.000 sistemas de armas em todos os ramos das forças armadas”, afirmou o documento, divulgado na última sexta-feira (13/12).

U.S. Secretary of Defense/Flickr
Govini especificou que no Departamento de Defesa norte-americano, 6.335 peças exigem antimônio; 11.351, gálio; e 12.777, germânio

Em detalhes, a Govini especificou que, no Departamento de Defesa norte-americano, 6.335 peças exigem antimônio; 11.351, gálio; e 12.777, germânio.

Por outro lado, são 501 os sistemas de armas impactados na Marinha; 267 no Exército; 193 na Força Aérea; 113 nos Fuzileiros Navais e um na Guarda Costeira.

“Existem 12.486 cadeias de suprimentos que dão suporte à produção de mais de 1.000 sistemas de armas feitos com antimônio, gálio e/ou germânio. 87% dessas cadeias de suprimentos (10.829) dependem de um fornecedor chinês em algum momento”, resume a análise.

Além dos mencionados, a pesquisa da empresa ainda revelou sistemas de armas vitais “que são mais dependentes dos minerais críticos impactados”.

Isso inclui os Contratorpedeiro [navio de guerra] da Classe Arleigh Burke da Marinha, os navios de assalto anfíbio da Classe America, os porta-aviões da Classe Nimitz e o programa de mísseis nucleares.

“Apesar dos estoques conhecidos dos EUA, garantir a prontidão e a sustentabilidade dos sistemas que dependem desses minerais de forma prolongada exigirá precisão”, insta a empresa ao alertar que o Departamento de Defesa norte-americano precisará “mapear a oferta e antecipar a demanda relacionada a sistemas de armas específicos” para reduzir os riscos causados pela imposição de Pequim.