Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A Casa Rosada admitiu nesta quarta-feira (22/10) que o diplomata Gerardo Werthein não é mais o chanceler da Argentina. Ele teria pedido demissão na última sexta-feira (17/10), mas o pedido foi oficialmente aceito somente esta semana.

Segundo o site El Destape, o motivo da renúncia teria sido as desavenças entre o agora ex-chanceler e o ministro da Economia Luis Caputo.

Já o diário Página/12, afirma que a queda teria ocorrido devido ao fato de que o círculo mais próximo ao presidente considerou que a reunião entre Milei e Trump na Casa Branca, ocorrido há uma semana, não teria obtido os resultados esperados, e que o chanceler seria o principal culpado por essa situação.

Vale lembrar que, na ocasião, Estados Unidos e Argentina assinaram um acordo para um swap de US$ 20 bilhões do Tesouro norte-americano a Buenos Aries, mas o encontro terminou com uma ameaça de Trump, que chegou a dizer que “nós não seremos mais tão generosos com a Argentina”, caso o partido governista A Liberdade Avança não consiga uma vitória nas eleições legislativas do próximo domingo (26/10).

No entanto, ambos os meios concordam em que a decisão de Werthein em renunciar foi uma forma de se antecipar a uma reforma ministerial que tem sido alardeada pelo próprio governo e na qual seu nome parecia ser um dos favoritos para perder o posto.

Até o momento, a Casa Rosada não anunciou outro nome para assumir o Ministério das Relações Exteriores.

Antecessora

Esta é a segunda mudança na chefia da diplomacia argentina durante o governo de extrema direita do presidente Javier Milei.

A primeira pessoa nomeada pelo mandatário, no dia da sua posse [em dezembro de 2023], foi Diana Mondino, que acabou sendo demitida em outubro de 2024 após a Argentina votar contra o bloqueio econômico a Cuba em uma sessão da Organização das Nações Unidas (ONU).

Gerardo Werthein ficou menos de um ano no cargo de ministro de Relações Exteriores da Argentina, durante o governo de Milei
Los Andes

Werthein assumiu o cargo horas depois da demissão da antecessora, e permaneceu durante dois meses mais, embora sem conseguir completar um ano inteiro como chefe da diplomacia argentina, já que a última troca de cadeiras ocorreu no dia 30 de outubro de 2024.

Flertando com o macrismo

Segundo a imprensa local, um dos elementos da reforma ministerial preparada por Milei será a incorporação de figuras ligadas aos partidos de direita tradicionais da Argentina, especialmente do Proposta Republicana (PRO), legenda fundada e liderada pelo ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019).

Nesta terça-feira (21/10), o mandatário disse em uma entrevista para meios locais que “para a segunda parte deste mandato, vou reorganizar os ministérios para atingir os objetivos das reformas de segunda geração”.

Ademais, Milei explicou que a reforma deve ser anunciada oficialmente apenas depois das eleições legislativas, que serão realizadas no país no próximo domingo e nas quais será renovada metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado.

“Na noite do dia 26, com todos os números à disposição, verei que tipo de estrutura preciso para atingir os objetivos”, acrescentou.

Na entrevista, Milei também reconheceu que “algumas áreas que não estão funcionando como deveriam” e que “obviamente, podemos concordar em incorporar certas pessoas que estiveram na outra administração (de Macri) e que são extremamente experientes na resolução de certos problemas”.

“Quando se precisa montar uma equipe, coloca-se o melhor, e não vamos nos equivocar sobre as necessidades que temos para enfrentar os próximos desafios”, concluiu o presidente.

Com informações de El Destape e Página/12.