Caso Epstein: governo Trump demite promotora que investigava esquema de tráfico sexual
Maurene Comey trabalhou em apuração sobre crimes do empresário Jeffrey Epstein e sua assessora Ghislaine Maxwell
A Procuradoria Geral dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (17/07) a demissão da promotora federal Maurene Comey, que trabalhou nos processos criminais contra Jeffrey Epstein e Ghislaine Maxwell pelos crimes de tráfico sexual e pedofilia. A informação é do jornal The New York Times.
Também de acordo com o diário novaiorquino, a promotora foi informada da demissão através de uma carta que explicava a medida evocando o Artigo II da constituição estadunidense, que estabelece os poderes do presidente.
Ademais, Maurene Comey é filha de James Comey, um ex-diretor do Departamento Federal de Investigação (FBI) considerado desafeto político do presidente estadunidense.
Lista de clientes
A medida acontece em meio a fortes questionamentos sobre a postura de Trump com relação ao caso de Epstein.
Durante a campanha presidencial de 2024, e também às vésperas de assumir seu novo mandato, o líder de extrema direita prometeu derrubar o sigilo sobre o processo, incluindo a suposta lista de clientes do serviço de tráfico sexual oferecido pelo empresário.
Porém, durante a briga entre o mandatário e Elon Musk, em junho passado, o bilionário sul-africano afirmou que o nome de Trump consta na suposta lista clientes de Epstein.
Desde então, o presidente norte-americano mudou seu discurso, e passou a rechaçar pedidos para tirar o sigilo das investigações, situação que vem dividindo seus apoiadores.

Processo liderado pela promotora Maurene Comey investigava clientes de Epstein, e há suspeitas de que Trump poderia ser um deles
Davidoff Studios / Getty Images
Comey é Outra informação destacada pelo The New York Times é que Comey também é filha do ex-diretor do FBI, James Comey, um adversário do presidente Trump que recentemente esteve sob escrutínio das autoridades federais.
Morte de Epstein
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou no início de julho um memorando dizendo que não existe nenhuma lista de clientes de Epstein e que a morte do empresário, em agosto de 2019, foi fruto de suicídio.
Vale lembrar que Epstein foi preso em julho de 2019, em ação da Força-Tarefa de Crimes Contra as Crianças. As investigações indicaram que grande parte das garotas que ofereciam serviços sexuais em sua mansão eram menores de idade selecionadas pela assessora Ghislaine Maxwell.
O empresário apareceu morto em sua cela pouco mais de um mês após a detenção, quando ainda não havia uma sentença judicial definitiva sobre o caso.
Antes de o escândalo sexual vir à tona, Epstein era conhecido como um dos melhores amigos de Trump, e também foi um dos principais financiadores de sua campanha presidencial em 2016.
Há registros fotográficos e audiovisuais de visitas de Trump à mansão de Epstein desde os Anos 90.
Com informações de The New York Times.























