Caso Epstein divide apoiadores de Trump
Nas redes sociais, magnata reage à pressão pela abertura de arquivos: ‘deixem esses fracotes fazerem o trabalho dos democratas’
A abertura dos arquivos relacionados à investigação do criminoso sexual e magnata financista Jeffrey Epstein abriu uma celeuma entre os apoiadores de Donald Trump. Seu governo, que havia prometido a divulgação da lista dos envolvidos no escândalo sexual, recuou dias atrás e agora sofre as consequências.
Nesta quarta-feira (16/07), em longa publicação na plataforma Truth Social, Trump atacou seus próprios aliados que o criticaram pela não divulgação dos envolvidos no escândalo, classificando como ‘golpe’ a pressão democrata pela liberação dos arquivos.
“Os democratas da esquerda radical acertaram em cheio, de novo! (…) Ao contrário dos republicanos, eles se unem como cola. Seu novo GOLPE é o que chamaremos para sempre de Farsa de Jeffrey Epstein, e meus apoiadores do PASSADO acreditaram nessa ‘besteira'”, afirmou.
“Tudo o que essas pessoas querem falar, com forte incentivo das notícias falsas e dos democratas sedentos por sucesso, é sobre a farsa de Jeffrey Epstein. Deixem esses fracotes seguirem em frente e fazerem o trabalho dos democratas, nem pensem em falar do nosso sucesso incrível e sem precedentes, porque eu não quero mais o apoio deles!”, complementou.

Recusa do governo norte-americano em abrir arquivos relacionados ao caso Epstein promove divisão entre apoiadores de Trump
Mark Rutte/White House
Pressão
O embate expõe mais uma fratura no Partido Republicano que nesta terça-feira (15/07) bloqueou uma proposta democrata para forçar a divulgação desse material. Eles pretendiam anexar à legislação sobre criptomoedas uma emenda capaz de obrigar o governo a liberar as provas reunidas no processo de 2019 contra Epstein, incluindo a suposta lista de clientes de favores sexuais de adolescentes e os registros visuais dos crimes sexuais.
A procuradora-geral Pam Bondi, nomeada por Trump, foi vizinha e amiga de Epstein na Flórida antes de renegá-lo. No começo deste ano, ela prometeu uma “contabilidade completa” das evidências. Dez dias atrás, porém, Bondi recuou e anunciou que Epstein realmente se suicidou na prisão e que o governo não divulgaria os arquivos.
A decisão, destaca The Guardian, enfureceu não só a base de apoiadores do “Make America Great Again” (MAGA), mas apoiadores do presidente norte-americano como Marjorie Taylor Greene, Tucker Carlson, Steve Bannon e Megyn Kelly. O impasse também provocou um racha dentro do governo Trump, entre a procuradora-geral Bondi e o vice-diretor do FBI, Dan Bongino, defensor da abertura total dos arquivos.
Entenda o caso
A políticos e artistas, o magnata Epstein oferecia o serviço de acompanhantes sexuais adolescentes. Uma longa lista de 200 personalidades que tiveram contato com o criminoso foi divulgada em janeiro de 2024, mas sem distinguir quem estava ou não envolvido com os serviços sexuais.
Trump está entre os famosos envolvidos com Esptein que faleceu em 2019, enquanto cumpria pena de prisão. Também constam os nomes de Bill Clinton e do príncipe Andrew, irmão mais novo de Charles III, rei da Inglaterra.
O caso de Trump já era conhecido. Existem fotos em que ele aparece ao lado de Epstein, em sua mansão em Palm Beach, onde funcionava a rede de prostituição. Ainda assim, não haveria provas materiais de que ele teria utilizado o serviço de acompanhantes menores de idade.
A divulgação da lista foi uma promessa de campanha do republicano, agora cobrada por sua base de apoio.
Com The Guardian e New York Times.























