Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A pressão dos democratas pela divulgação dos arquivos do caso Epstein continua nos Estados Unidos. Nesta manhã (30/07), liderados pelo senador Chuck Schumer, à frente da maioria no Senado, eles intensificaram os esforços para a liberação completa e sem edições dos documentos relacionados ao escândalo sexual do financista Jeffrey Epstein.

O objetivo é garantir que toda a documentação vinculada ao processo de Epstein e de sua associada Ghislaine Maxwell seja tornada pública. Para isso, informa The Guardian, eles recorreram a um dispositivo legal, conhecido como “regra dos cinco”, que obriga agências governamentais a fornecerem informações solicitadas por, no mínimo, cinco membros de um comitê do Congresso.

No caso, todos os democratas do Comitê de Segurança Interna e Assuntos Governamentais assinaram uma carta enviada ontem à procuradora-geral Pam Bondi, requerendo acesso total aos arquivos.

Uma coletiva de imprensa sobre o caso está marcada para hoje, às 13h.

Divisão

Em 15 de julho, os republicanos barraram a abertura dos arquivos, seguindo o anúncio de Bondi, dez dias antes, de que o governo não os divulgaria. A decisão enfureceu a base de apoiadores do “Make America Great Again” (MAGA), incluindo apoiadores do presidente norte-americano, Donald Trump, como Marjorie Taylor Greene, Tucker Carlson, Steve Bannon e Megyn Kelly.

Trump postou nas redes que o uso dos arquivos contra seu governo se tratava de um “golpe” dos democratas, apesar de abertura ter sido uma promessa sua de campanha. Em 18 de julho, o Wall Street Journal (WST) divulgou uma carta obscena atribuída a Trump para Jefrey, cuja autoria o republicano nega.

Frente à pressão, em 18 de julho, o Departamento de Justiça solicitou a abertura parcial dos arquivos de Epstein. No entanto, os juízes Richard Berman e Paul Engelmayer pediram justificativas legais mais detalhadas aos parlamentares. Elas foram apresentadas ontem (29/07) ao Tribunal Federal de Manhattan.

Trump afirmou ter rompido relações com Epstein após criminoso sexual “roubar” funcionárias do clube Mar-a-Lago
Mark Route / White House

Virgina Giuffre

Nesta terça-feira (29/07), durante conversa com repórteres no voo presidencial Força Aérea Um, Trump afirmou que rompeu relações com Epstein após o bilionário “roubar” funcionárias do spa do clube Mar-a-Lago, incluindo Virginia Giuffre, uma das principais acusadoras de Epstein e Maxwell.

Questionado se as funcionárias “roubadas” eram jovens mulheres, Trump confirmou: “a resposta é sim; eram. Pessoas que trabalhavam no spa”. Ao ser perguntado se Giuffre, que faleceu neste ano, era uma delas, o republicano disse achar que sim, “ele a roubou”.

Giuffre tinha 16 anos quando foi aliciada em Mar-a-Lago por Maxwell. Ela afirmou à Justiça que foi abusada por Epstein e por outros homens poderosos, entre eles o príncipe Andrew da Grã Bretanha.

Assessores da Casa Branca haviam afirmado que o afastamento de Epstein do spa teria ocorrido por volta de 2004. A versão contradiz registros que apontam o criminoso sexual como membro de Mar-a-Lago até outubro de 2007, mais de um ano após ter sido acusado formalmente de solicitar prostituição de uma menor.

O Comitê de Supervisão da Câmara dos EUA, liderado por republicanos, rejeitou o pedido de imunidade feito por Maxwell para testemunhar no Congresso sobre os crimes cometidos por Epstein. Ela foi intimada a depor no próximo dia 11 de agosto, mas seu advogado, David Markus, declarou que Maxwell não testemunhará sem garantias legais.