Carla Zambelli segue presa na Itália após audiência de custódia
Deputada bolsonarista que fugiu do Brasil acompanhará processo de extradição na penitenciária de Rebibbia
A Justiça da Itália decidiu nesta sexta-feira (01/08) manter presa a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), símbolo do bolsonarismo, enquanto tramita o pedido de extradição apresentado pelo governo do Brasil, onde a parlamentar foi condenada em via definitiva a 10 anos de cadeia. O processo de extradição tem duração incerta, e a palavra final caberá ao Ministério da Justiça italiano.
A decisão desta sexta-feira foi tomada após quase três horas de audiência de custódia na Corte de Apelação de Roma. Zambelli foi capturada pela polícia há três dias, em um apartamento localizado em Roma.
Atualmente a deputada ultraconservadora está detida na penitenciária de Rebibbia, uma das principais do país, e passará por uma nova audiência em meados de agosto, quando a Justiça decidirá sobre uma eventual revogação da medida cautelar.
Enquanto o advogado de Zambelli, Pieremilio Sammarco, defende que a parlamentar acompanhe o processo de extradição em liberdade, a Embaixada do Brasil na Itália pede que continue presa para evitar o risco de fuga.
Durante a audiência de custódia, Zambelli se considerou “uma perseguida e inocente”.

Justiça italiana mantém deputada federal bolsonarista Carla Zambelli presa enquanto tramita processo de extradição
Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Fuga para Itália
Para escapar da condenação de 10 anos por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Carla Zambelli inicialmente fugiu do Brasil através da fronteira com a Argentina e viajou para Miami, nos Estados Unidos. Em 5 de junho, a deputada chegou à Itália, país onde alegou não poder ser extraditada por ter cidadania.
Dias depois, o Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu um pedido de extradição de Zambelli ao governo italiano, o que acionou também um alerta da Interpol para a sua captura.
O crime que envolve a parlamentar foi cometido com a ajuda do hacker Walter Delgatti Neto, sentenciado a oito anos e três meses de detenção, e tinha o objetivo de prejudicar a credibilidade do poder Judiciário.
Procurada em 196 países, Zambelli é uma das vozes mais ativas da extrema direita brasileira e aliada fiel do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu por tentativa de golpe de Estado e pode pegar até 43 anos de cadeia.
Antes de ser presa, a deputada bolsonarista chegou a gravar um vídeo, garantindo estar “tranquila” e que não vai “voltar ao Brasil para cumprir pena”. “Se eu tiver que cumprir pena, vai ser aqui na Itália, que é um país justo e democrático”, declarou.
(*) Com Ansa























