Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A deputada brasileira Carla Zambelli (PL), que está foragida na Itália após ter seu nome incluído na lista de procurados da Interpol, planeja disputar um cargo legislativo no país europeu, segundo informou seu advogado, Fábio Pagnozzi, nesta segunda-feira (14/07).

A parlamentar bolsonarista de extrema direita “pretende ingressar em uma legenda na Itália para concorrer nas eleições legislativas e prosseguir com o trabalho político”, afirmou Pagnozzi em entrevista ao portal Metrópoles.

Segundo o advogado, Zambelli, que tem a cidadania italiana necessária para ingressar na política do país, já estabeleceu contatos com dirigentes da direita italiana com a intenção de continuar sua atividade política no país.

Apesar de planejar uma candidatura na Itália para 2027, Pagnozzi afirmou que a “prioridade” da congressista é “provar sua inocência e retornar ao Brasil para continuar com a atuação legislativa”.

Contudo, o movimento de Zambelli é visto como uma tentativa de manter visibilidade internacional e resguardar-se contra uma possível extradição, enquanto seu paradeiro segue desconhecido.

Zambelli pediu afastamento de mandato no Brasil e fugiu para Itália após sentença de prisão pelo STF
Palácio do Planalto/Wikicommons

Condenação

Sob a justificativa de realizar um tratamento de saúde, Zambelli pediu afastamento de seu mandato e deixou o Brasil em 3 de junho, no mesmo dia em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) sua prisão. A política foi condenada a 10 anos de prisão pelo STF por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023. A deputada também terá que pagar R$ 2 milhões em danos coletivos.

De acordo com as investigações do processo que está em fase de recurso, Zambelli foi a autora intelectual da invasão para emissão de um mandato falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Segundo as investigações, o hackeamento foi executado por Walter Delgatti, que também foi condenado e confirmou ter realizado o trabalho a mando da parlamentar.

Zambelli ainda responde a outro processo criminal no STF. Em agosto de 2023, Zambelli virou ré no Supremo por sacar uma arma de fogo e perseguir o jornalista Luan Araújo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. A perseguição começou após Zambelli e Luan trocarem provocações durante um ato político no bairro dos Jardins, em São Paulo.

A Embaixada do Brasil em Roma entregou em 12 de junho o pedido de extradição de Zambelli ao governo italiano, encabeçado pela primeira-ministra de extrema direita, Giorgia Meloni.

Agora, a decisão depende da analise do governo Meloni, a Itália encaminhará o pedido ao Ministério da Justiça que, em seguida, o enviará para o Judiciário do país europeu, que tomará a decisão final.

(*) Com Agência Brasil e Ansa