Candidata de esquerda vence eleições presidenciais na Irlanda
Crítica da União Europeia (UE) e defensora da Palestina, Catherine Connolly foi eleita com 63,4% dos votos neste sábado (25)
A veterana parlamentar de esquerda Catherine Connolly foi eleita presidente da Irlanda neste sábado (25/10), informou a agência Reuters. Ela registrou uma vitória esmagadora, em uma forte rejeição à coalizão de centro-direita recentemente reeleita no país europeu.
Connolly, uma crítica de longa data da União Europeia e apoiada pela oposição de esquerda, não era uma figura amplamente conhecida e foi subestimada no início da disputa pelo cargo, de caráter cerimonial e com poderes limitados, de acordo com a agência.
Connolly conquistou 63,4% dos votos, mais que o dobro de sua principal rival, a ex-ministra Heather Humphreys, que obteve 29,5%.
“Serei uma presidente que ouve, que reflete e que fala quando for necessário. Juntos, podemos moldar uma nova república que valorize todos e todas”, declarou Connolly em discurso no Castelo de Dublin, durante o anúncio oficial dos resultados.
Apesar das limitações, o posto confere relevância diplomática a Connolly, com presença em eventos internacionais e recepção de chefes de Estado estrangeiros.

Catherine Connolly vence eleições presidenciais na Irlanda com 63,4% dos votos
Houses of the Oireachtas / Wikipedia Commons
Connolly é conhecida por suas posições firmemente críticas à União Europeia e aos Estados Unidos. Ela já denunciou os planos da UE de ampliar os gastos militares e questionou a credibilidade de Washington, Londres e Paris em relação à guerra genocida perpetrada por Israel em Gaza.
Ex-psicóloga clínica e advogada, Connolly é uma das principais vozes pró-Palestina no parlamento irlandês, destaca a Reuters. A posição amplamente compartilhada tanto pelo governo quanto pela maioria da população.
Além disso, Connolly se beneficiou de campanhas fracas dos dois partidos governistas. Humphreys não era a primeira escolha do Fine Gael, e o candidato do Fianna Fáil, o ex-treinador de futebol gaélico Jim Gavin, retirou-se da disputa após o envolvimento em um escândalo financeiro.
O pleito também registrou um número recorde de votos anulados, interpretados como uma votação de protesto contra o sistema político tradicional.























