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Atualização às 21h06, 19 de outubro de 2025

O candidato Rodrigo Paz, do Partido Democrata Cristão (PDC), foi eleito o novo presidente da Bolívia neste domingo (19/10). Com 98,2% das urnas apuradas, Paz venceu com 54,5% contra os 45,5% de Jorge “Tuto Quiroga”, da aliança Liberdade e Progresso (Libre). O nova gestão se iniciará em 9 de novembro.

Mais de 7,9 milhões de bolivianos estavam aptos para participar do segundo turno da eleição presidencial, em uma disputa que, pela primeira vez em duas décadas, não envolveu o partido de esquerda MAS (Movimento ao Socialismo). As 35.253 seções eleitorais em todo o território nacional fecharam por volta das 17h pelo horário de Brasília, conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Tratou-se do primeiro segundo turno da história do país andino – modalidade instituída na Constituição de 2009. A eleição ocorreu no auge de uma crise econômica, alta inflação e escassez de combustíveis por falta de divisas, sendo estes alguns dos fatores que impactaram o eleitorado, principalmente dos setores populares que tradicionalmente depositaram seu voto à esquerda. A ausência do MAS também decorreu das disputas internas entre os grupos do ex-presidente Evo Morales e o atual mandatário Luis Arce.

O líder Evo revelou não apoiar Quiroga nem Paz, a quem os qualificou de “chitacos” (servis) e os criticou por buscar apoio dos Estados Unidos e créditos de organizações internacionais. Em agosto, Paz foi o mais votado, com 32,7% dos votos, enquanto Quiroga obteve 27,2%.

Rodrigo Paz, de 58 anos, filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora, sustenta a chamada Agenda 50/50, que se baseia em um modelo de desenvolvimento econômico inclusivo. O candidato do PDC propõe um programa baseado em três pilares: a descentralização do Estado; a construção de um modelo econômico definido como “capitalismo para todos”, visando favorecer empresas por meio de incentivos fiscais e acesso ao crédito; e uma profunda reforma da justiça.

Candidato do Partido Democrata Cristão, Rodrigo Paz Pereira é eleito novo presidente da Bolívia
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Por sua vez, o derrotado Quiroga, de 65 anos e que já esteve à frente do país em 2001, propunha uma “mudança radical”, como diz o slogan de sua campanha eleitoral. Em seu comício final em El Alto, a segunda cidade mais populosa da Bolívia, o líder da aliança Libre havia prometido resolver a escassez de dólares e combustíveis com um plano internacional de “resgate” capitaneado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e transformar o país em uma “potência mundial do lítio”.

“Coloquem-me no governo e traremos os dólares”, disse. Além disso, falou em dar novo impulso à industrialização do “ouro branco” boliviano, após a tentativa do governo Arce de introduzir sua extração direta por meio de contratos com empresas chinesas e russas.

(*) Com Ansa e Telesur