Bolívia: governo diz que golpe falhou por falta de apoio militar
À polícia, o general golpista Juan José Zuñiga disse que unidades militares 'demoraram a chegar’ na tentativa de tomar o Palácio Presidencial
O governo da Bolívia, por meio da ministra da Presidência, María Nela Prada, revelou nesta quinta-feira (27/06) que, segundo o ex-comandante golpista Juan José Zuñiga, a tentativa de golpe de Estado falhou por falta de apoio militar.
O ex-chefe do Exército boliviano liderou tanques e soldados para tomar a sede do Executivo boliviano, mas confessou que não conseguiu “consumar os objetivos da revolta porque seus reforços demoraram a chegar”.
A declaração de Zúñiga à polícia boliviana após ser detido ao retirar-se da Praza Murillo, onde fica a sede do Executivo boliviano, tornou-se pública ao ser lida por Prada em uma coletiva de imprensa.
Segundo a ministra, ao ser questionado sobre “o motivo pelo qual os objetivos do levante não foram alcançados”, o ex-comandante do Exército admitiu que “as unidades da Viacha demoraram a chegar” e que “também o pessoal da Marinha e da Força Aérea não puderam ir até o local”.
Segundo ele, havia um planejamento para que “todos os comandantes das forças militares” estivessem presentes na Praza Murillo a partir das 11h da última terça-feira (26/06).
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Tentativa de golpe na Bolívia
O ex-comandante do Exército boliviano Juan José Zúñiga liderou uma tentativa de golpe nesta quarta-feira (26/06) contra o governo de Luis Arce. Com tanques e grupos militares armados, os golpistas cercaram a Praça Murillo em La Paz, local no qual está situado o Palácio Presidencial do país.
No dia anterior, Zúñiga foi afastado do cargo que ocupava desde 2022 após ameaçar Evo Morales por se opor a uma possível candidatura do ex-presidente para a disputa das eleições de 2025. Zúñiga e os militares invadiram o prédio falando em ‘recuperar a Pátria’.

Agencia Boliviana de Informacion/Twitter
Tentativa de golpe deixou 12 pessoas feridas por armas de fogo e há uma dezena de soldados presos por ações que podem levar a até 30 anos de prisão
Após esse primeiro momento, Arce denunciou uma “mobilização irregular de algumas unidades do Exército Boliviano”, enquanto Morales afirmou que os militares estavam “se preparando um golpe de Estado”.
A tentativa foi frustrada após Arce encarar o ex-general e dar posse a novos comandantes militares, sendo eles: José Wilson Sánchez Velasquez, no Exército; Gerardo Zabala Alvarez, na Força Aérea, e Wilson Ramírez, na Marinha.
Durante seu pronunciamento logo após a posse, o novo comandante do Exército, Sánchez Velasquez, ordenou que as tropas mobilizadas nas ruas durante o golpe voltassem imediatamente aos quartéis, o que foi cumprido pelos soldados que, minutos antes, estavam obedecendo a Zúñiga.
Por sua vez, o presidente Arce agradeceu aos bolivianos que se mobilizaram para rechaçar o golpe. A ação deixou 12 pessoas feridas por armas de fogo e há uma dezena de soldados presos por ações que podem levar a até 30 anos de prisão.
Já Zúñiga foi preso e está sendo processado pelo Ministério Público (MP) e a Procuradoria Geral da República do país. As autoridades bolivianas consideraram o antigo responsável das Forças Armadas culpado por “desprezo pela ordem constitucional”; “revoltas armadas contra a segurança e soberania do Estado”; “sedução de tropas”; e “ataques contra o presidente e outros dignitários do Estado”, tipificados nos artigos 121.º, 127.º e 128.º. do Código Penal Boliviano.
Assim, o governo da Bolívia afirmou na madrugada desta quinta-feira (27/06) que a situação no país está “sob controle”.
(*) Com Agencia Boliviana de Información, Ansa, TeleSUR
























