Austrália barra entrada de político israelense de extrema-direita no país
Ministro Tony Burke justificou a medida contra Simcha Rothman: 'não queremos pessoas que venham espalhar ódio e divisão'
O governo australiano cancelou o visto do parlamentar israelense Simcha Rothman, do partido de extrema-direita Sionismo Religioso, impedindo sua participação em uma turnê de palestras no país.
O anúncio foi feito nesta segunda-feira (18/08) pelo ministro do Interior, Tony Burke, que ao justificar a medida afirmou que a Austrália “não quer aqui pessoas que venham espalhar ódio e divisão”. O cancelamento também impede Rothman de solicitar um novo visto por três anos.
Segundo Burke, o governo adota uma política rígida contra estrangeiros que pretendem incitar divisões sociais. “Nosso governo adota uma linha dura com as pessoas que procuram vir ao nosso país e espalhar a divisão. Se você está vindo para a Austrália para espalhar uma mensagem de ódio e divisão, não queremos você aqui”, reiterou.
Rothman é membro do Knesset e do partido da coalizão do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Ele é um defensor do controle total de Israel sobre a Cisjordânia ocupada, do deslocamento dos palestinos de Gaza, informa The Guardian.
‘Crianças inimigas’
Em maio, em entrevista ao Canal 4 do Reino Unido, Rohtnam chegou a afirmar que as crianças em Gaza eram “inimigas” e que não deveriam ter permissão para fugir para Israel, pois “você não as deixa conquistar seu país com refugiados”.
Em julho, informa The Guardian, ele esteve à frente da articulação da moção simbólica, aprovada por 71 votos contra 13, sobre anexação por Israel do território ocupado da Cisjordânia. Ele é também o arquiteto de um projeto de lei para alterar formalmente as referências à Cisjordânia na legislação para o nome histórico israelense preferido, Judeia e Samaria.

Austrália impede entrada de Simcha Rothman no país: ‘não queremos pessoas que venham espalhar ódio e divisão’
@rothmar
Rothman deveria comparecer a eventos públicos em Sydney e Melbourne em agosto, juntamente com duas reuniões privadas. Os eventos cancelados eram organizados pela Associação Judaica Australiana, uma entidade de direita que acusou o governo australiano de agir de forma “violentamente antissemita”.
A Austrália é um dos países que irá reconhecer o Estado da Palestina durante a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro, ao lado da França, Reino Unido e Canadá.























