'Ataques dos EUA reforçam nossas relações com BRICS', aponta Amorim
Em entrevista ao Financial Times, assessor especial da Presidência afirma que país pretende aprofundar parceria com países da Europa, América do Sul e Ásia
O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, concedeu uma entrevista ao Financial Times neste domingo (27/07), sobre os ataques do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e as saídas encontradas pelo Brasil.
“Esses ataques estão reforçando nossas relações com os BRICS, porque queremos ter relações diversificadas e não depender de nenhum país”, afirmou. Além do bloco, Amorim destacou que o governo brasileiro pretende aprofundar sua parceria com os países da Europa, América do Sul e Ásia.
Ele também defendeu o tratado comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. “Se a União Europeia fosse inteligente, ela a ratificaria não apenas pelo ganho econômico imediato, mas também por mais equilíbrio em suas relações”, disse ao FT.
O diplomata também mencionou o interesse canadense de negociar um acordo de livre comércio com o Brasil e contou que, em seu último ano, o governo Lula irá focar na integração da América do Sul.

‘Queremos ter relações diversificadas e não depender de nenhum país’, afirmou Amorim ao Financial Times
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Ataques de Trump
Amorim também criticou o tarifaço de Donald Trump ao FT. Sobre a cobrança norte-americana de tarifas de 50% contra os produtos brasileiros, com alegação de “caça às bruxas” contra o ex-presidente e réu no Supremo Tributal Federal (STF), Jair Bolsonaro, o chanceler foi enfático.
Ao acusar Trump de “agir politicamente dentro [do Brasil]”, ele afirmou nunca ter visto algo do gênero, “nem mesmo nos tempos coloniais”. “Nem a União Soviética teria feito algo assim”, acrescentou.
Em sua avaliação, o comportamento do republicano é uma “ilustração do poder absoluto”. E citando a máxima de que “os países não têm amigos, apenas interesses”, avaliou que no caso de Trump “nem amigos nem interesses, apenas desejos”.























