Argentina confirma presença de Milei em cúpula do G20, no Rio de Janeiro
Com histórico de ofensas, argentino falou em ‘contribuir com Brasil para êxito da reunião’
O governo da Argentina confirmou a presença do presidente Javier Milei na cúpula de líderes do G20 no Rio de Janeiro, em 18 e 19 de novembro. Segundo fontes oficiais da Casa Rosada, o mandatário ratificou o compromisso por meio de uma carta formal enviada ao anfitrião, Luiz Inácio Lula da Silva.
A informação foi publicada pelo jornal Clarín, ao dizer que Casa Rosada “dissipou suspeitas sobre uma possível ausência do mandatário em um evento que terá” o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “como anfitrião”. Já o La Nación publicou sobre o envio da carta e a informação também foi confirmada à Folha de S. Paulo por interlocutores da diplomacia brasileira.
No documento, Milei disse estar disposto a “contribuir com a Presidência brasileira para o êxito da reunião” do grupo que reúne os países com as maiores economias do mundo.
Com a confirmação da presença do argentino, crescem expectativas sobre o primeiro encontro diplomático entre Lula e Milei após meses de distanciamento e tensões políticas.
O mandatário de extrema direita apresenta um histórico de ofensas a Lula desde sua campanha eleitoral, em 2023. Em novembro passado, chamou o líder brasileiro de “corrupto”, ameaçando romper as relações diplomáticas com Brasília. Após o xingamento, Lula não compareceu à posse de Milei em Buenos Aires em dezembro, enviando seu ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Em fevereiro passado, Milei compartilhou nas redes sociais mensagens de apoio ao ex-mandatário brasileiro Jair Bolsonaro (2019-2022) e associou Lula ao Hamas, grupo palestino em conflito contra Israel na Faixa de Gaza.

RS/ via Fotos Publicas
Com confirmação da presença de Milei, crescem expectativas sobre primeiro encontro diplomático entre Lula e argentino
Em uma tentativa de reaproximação, em abril, o governo da Argentina solicitou uma reunião bilateral entre os presidentes, a qual foi recebida por Lula, mas não foi respondida. Alguns meses depois, em junho, o brasileiro chegou a afirmar que aceitaria uma reunião bilateral com Milei caso houvesse um pedido de desculpas pelas ofensas anteriores. Contudo, o argentino disse que não deve desculpas e que Lula estaria com o “ego inflamado”.
A crítica mais recente ocorreu após a suspensão da plataforma X no Brasil, em setembro passado. Além de chamar Lula de “tirano”, o mandatário argentino classificou a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) como um “ato de opressão” e acusou a autoridade brasileira por ter “apoiado” o bloqueio.
As divergências levaram à ausência de Milei na última cúpula do Mercosul, que contou com a presença da ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, representando a Argentina.
Ainda é incerto, no entanto, qual será o tom do discurso de Milei no G20, evento que também deve ter as presenças dos presidentes da China, Xi Jinping, e dos Estados Unidos, Joe Biden.
Ainda de acordo com o Clarín, o governo argentino trabalha para que seja assinado no Rio de Janeiro um documento em prol do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.
(*) Com Ansa e Sputnik























