Aprovação de Trump bate 39%, e queda é a mais rápida registrada nos EUA
Pesquisa YouGov mostra rejeição a governo republicano até em temas centrais, como imigração e inflação
A taxa de aprovação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresenta a queda mais rápido e de forma mais acentuada do que a de qualquer outro líder na história recente do país, segundo a revista The Economist, citando os resultados de uma pesquisa da YouGov.
Segundo os dados da plataforma, atualizados no domingo (09/11), o índice de aprovação líquida do republicano é de -18%. O índice calcula a diferença entre os que aprovam o trabalho de Trump e os que o desaprovam.
A estatística, referente aos 294 dias do início de seu governo, representa três pontos percentuais a menos do que em qualquer momento em seu primeiro mandato (2017 e 2021).
“Nenhum dos presidentes norte-americanos recentes caiu tanto e tão rápido quanto Donald Trump. Os números são ruins até mesmo nas questões centrais de sua plataforma política”, diz a publicação.
Em temas específicos e pautas do governo republicano, como imigração, seu índice de aprovação líquida é de -7%. E no combate à inflação de preços — tema no qual Trump prometeu que “a renda dispararia, a inflação desapareceria completamente, os empregos voltariam com força total e a classe média prosperaria como nunca antes” — o índice de aprovação líquida é de -33%.
No geral, apenas 39% dos norte-americanos entrevistados aprovam o governo Trump, em comparação com 58% que desaprovam, enquanto 4% estão indecisos.
De acordo com a revista britânica, para comparação, “a opinião pública estava quase igualmente dividida entre os que aprovavam o presidente e os que o desaprovavam” no início de seu segundo mandato.

Resultados negativos ao governo Trump ocorrem em meio à paralisação governamental mais longa da história dos EUA
Official White House Photo by Molly Riley
Quem mais desaprova o governo Trump
Há um perfil específico dos que mais se decepcionaram com Trump: norte-americanos com menos de 30 anos de idade. No início do segundo governo republicano, a aprovação líquida era de 3%, e agora é de -40%.
Já entre a população negra, 69,6% desaprovavam Trump quando ele retornou à Casa Branca, contra 19,8% que aprovavam. Agora, 91,2% desaprovam contra apenas 7% dentro deste grupo.
Entre os hispânicos, a taxa de aprovação e desaprovação em janeiro de 2025 era mais equivalente, com 49,1% e 43,4% respectivamente. Agora, 60% desaprovam e 36,5% aprovam.
Usando dados da plataforma YouGov, a revista The Economist projetou o índice de aprovação de Trump nos estados dos EUA. Apesar da aprovação do mandatário ser mais alta nos estados que tendem a votar mais em republicanos, a publicação notou que “a insatisfação é generalizada, mesmo em estados que votaram nele há poucos meses”.
Com exceção de Idaho, todos os estados se voltaram contra Trump, de modo que “os números serão motivo de preocupação para os republicanos que enfrentam disputas acirradas nas eleições de meio de mandato do ano que vem”, afirmou a revista.
Em uma análise geral, é possível identificar que homens brancos são os que mais aprovam o governo Trump, enquanto jovens, minorias étnicas, e pessoas com maior nível de escolaridade são os que mais rejeitam a administração republicana.
Por outro lado, a rejeição a Trump cresceu inclusive no que seria sua base consolidada de eleitores republicanos. No início do segundo mandato, o presidente tinha 94,2% da aprovação deste grupo, contra 3,6% de desaprovação. Apesar da satisfação com o magnata ainda ser grande nesta faixa populacional, houve mudanças consideráveis: A aprovação caiu para 88,5% e a desaprovação cresceu para 10,3%.
Esses resultados surgem em meio à paralisação governamental mais longa da história dos Estados Unidos, que já dura 40 dias, superando o recorde de 35 registrado durante o primeiro mandato de Donald Trump, entre 2018 e 2019.
A paralisação decorre de um impasse entre republicanos e democratas no Senado para aprovar o financiamento do governo. Apesar de os republicanos terem maioria, com 53 cadeiras de um total de 100, mas são necessários 60 votos para a aprovação.
A paralisação tem afetadoa vida de milhões de pessoas com cortes em programas federais de assistência e serviços públicos.
(*) Com Ansa e RT en español























