Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, discutiram nesta quinta-feira (07/08) o tarifaço imposto pelo governo norte-americano de Donald Trump e concordaram em ampliar o comércio bilateral. A conversa telefônica foi realizada um dia depois que a tarifa dos Estados Unidos, de 50% sobre os produtos brasileiros e 25% sobre os indianos, entrou em vigor. 

“Os líderes discutiram o cenário econômico internacional e a imposição de tarifas unilaterais. Brasil e Índia são, até o momento, os dois países mais afetados”, informou uma nota divulgada pelo Palácio do Planalto.

De acordo com o governo brasileiro, Lula e Modi “reafirmaram a importância em defender o multilateralismo e a necessidade de fazer frente aos desafios da conjuntura, além de explorar possibilidades de maior integração entre os dois países”.

Na conversa, que durou aproximadamente uma hora, os mandatários acertaram ampliar a meta de “comércio bilateral para mais de US$ 20 bilhões até 2030” e, para isso, decidiram aumentar “a cobertura do acordo entre Mercosul e Índia”.

Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi
PR/Ricardo Stuckert

Os dois líderes também combinaram um novo encontro em outubro de 2026, quando Lula deverá fazer uma visita de Estado ao território indiano. Quem também irá é o vice-presidente Geraldo Alckmin, por ocasião da reunião do Mecanismo de Monitoramento de Comércio.

Por fim, Lula e Modi “trocaram informações sobre as plataformas de pagamento virtual dos dois países, incluindo o PIX e a UPI indiana” e “falaram sobre os êxitos da Cúpula do Brics no Brasil e em trabalhar juntos para a transição da próxima presidência do bloco que estará a cargo da Índia”.

Brasil e Índia integram o BRICS, grupo de países do Sul Global que inclui ainda China, Rússia, África do Sul e outros parceiros estratégicos. O bloco tem sido alvo de críticas de Trump, especialmente na pauta que prevê o uso da moeda local para transações financeiras entre países-membros, no chamado projeto de “desdolarização”. 

(*) Com Ansa