Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou as ameaças de mobilizar a Guarda Nacional federalizada em grandes cidades governadas pelos democratas. Após a intervenção federal em Washington, ele citou como próximos destinos Chicago, Nova York e Baltimore.

Neste domingo (24/08), uma autoridade do Pentágono confirmou à ABC News que há planejamento em andamento para mobilizar a Guarda Nacional em Chicago, embora nenhuma solicitação tenha sido feita pelo governador de Illinois ou pelas autoridades municipais.

O Washington Post revelou que as preparações incluem não apenas unidades da Guarda Nacional, mas também forças de serviço ativo, sinalizando a possibilidade de uma escalada militar inédita dentro do território norte-americano.

Reações

Em nota, o governador de Illinois, JB Pritzker, afirmou que não existe “nenhuma emergência” que justifique a intervenção federal em Chicago. E acusou Trump de “tenta criar uma crise, politizar os militares” e continuar “abusando de seu poder para distrair do sofrimento que causa às famílias americanas”.

“Defenderemos a soberania de Illinois e a segurança dos nossos cidadãos contra qualquer abuso de poder da Casa Branca”, frisou.

Já o prefeito de Chicago, Brandon Johnson, classificou a proposta de “a violação mais flagrante da nossa Constituição no século XXI”. Ele lembrou que os tiroteios caíram quase 40% na cidade em 2024, contestando a narrativa presidencial de violência fora de controle.

The Guardian informa que, em declarações no Salão Oval, Trump disse que “as pessoas em Chicago estão gritando para que venhamos” e que Nova York será o próximo destino. “Chicago está uma bagunça”, afirmou.

Após intervenção em Washington, Trump ameaça enviar Guarda Nacional para outras cidades democratas
Daniel Torok/White House

Viés racial

Além de Chicago, Trump voltou suas críticas ao governador de Maryland, Wes Moore, após este o convidar a visitar Baltimore para discutir segurança pública. Em sua Truth Social, o presidente norte-americano insinuou o envio de tropas. “Se Wes Moore precisa de ajuda, como Gavin Newsom em Los Angeles, enviarei as tropas, como já está sendo feito em Washington D.C., e acabarei rapidamente com a criminalidade”, afirmou.

Moore reagiu: “o presidente passa o tempo falando de mim. Eu passo o tempo falando das pessoas que sirvo”, disse à CBS. Trump rebateu afirmando que Moore “manipula estatísticas” e tem um “péssimo histórico”.

A escalada chama atenção pelo perfil das cidades e autoridades atacadas. Chicago, Nova York, Washington, Baltimore, Los Angeles e Oakland são governadas por prefeitos democratas negros, em estados majoritariamente democratas.

O reverendo Al Sharpton denunciou o viés racial da política durante um discurso na Universidade Howard, informa a TeleSur. “Se trata de perfilamento racial. Isso está impregnado de intolerância e racismo”, afirmou.

A Califórnia, afetada pela presença militar durante os protestos em Los Angeles, também acusou o governo Trump de violar a lei federal e obstruir os direitos estaduais garantidos pela Décima Emenda.