Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

Após um frustrante resultado no primeiro turno, o presidenciável ultraliberal argentino Javier Milei passou a negar muitas das propostas que vinha defendendo até a semana anterior àquela votação, como a de legalizar a venda de órgãos e a venda de crianças – ideias que ele defende há anos, especialmente em suas constantes participações em programas de televisão.

No entanto, as demais figuras destacadas do seu partido, A Liberdade Avança, continuam defendendo algumas dessas medidas. É o caso de Diana Mondino, deputada eleita pela legenda de extrema direita, que afirmou em entrevista nesta terça-feira (31/10) que a proposta de legalizar a venda de órgãos continua presente no programa de governo.

Em conversa com o jornalista Luis Novaresio do canal de notícias La Nación TV, Mondino fez uma estranha diferenciação entre “mercado de órgãos”, ideia que ela defende, e “venda de órgãos”, que ela aponta como “fake news peronista contra Milei”.

“O que é o mercado de órgãos? Você precisa de um rim e não há ninguém em seu círculo íntimo que seja compatível com você, ou que possa, ou queira doá-lo para você. Mas talvez haja alguém em outro lugar que seja compatível, ou que é compatível com outro, e que deseja doá-lo a você”, afirmou a deputada eleita, tentando explicar seu ponto de vista.

Presidenciável ultraliberal argentino tenta se afastar de ideias polêmicas no segundo turno, mas Diana Mondino, especulada como chanceler em seu eventual governo, defende legalizar comércio de órgãos

A Liberdade Avança

Deputada eleita Diana Mondino é especulada como possível chanceler da Argentina, caso Javier Milei seja o próximo presidente

A aliada de Milei assegurou, também, que essa proposta se baseia em uma teoria que rendeu o Prêmio Nobel de Economia ao norte-americano Alvin Roth, no ano de 2012.

No entanto, o modelo promovido pelo economista liberal, que se baseava em pesquisas sobre doações e trocas de rins, foi vetado em 2018 pela União Europeia, graças a um relatório que definiu sua proposta como “um mecanismo que legalizaria o tráfico de órgãos humanos”.

O entrevistador não questionou a futura deputada ultraliberal argentina sobre esse veto, o que permitiu a ela insistir no argumento de que o modelo de Roth “salva vidas” e “organiza as listas de espera para transplantes”.

Mondino não é uma figura qualquer dentro do partido A Liberdade Avança. Ela tem participado em alguns programas jornalísticos da Argentina nas últimas semanas devido às especulações em que seu nome aparece como candidata a ser chanceler em um eventual governo de Milei.

Com informações de Página/12 e Télam.