ALBA suspende futuro governo de direita da Bolívia
Medida contra governo que será liderado por Rodrigo Paz foi tomada por conduta 'antibolivariana, antilatino-americana, pró-imperialista e colonialista'
Os governos membros da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA) decidiram suspender o governo de extrema direita que será instalado na Bolívia, sob a liderança de Rodrigo Paz (Partido Democrata Cristão) eleito nas eleições de 19 de outubro.
A medida foi tomada porque sua conduta “antibolivariana, antilatino-americana, pró-imperialista e colonialista” é contrária aos princípios fundadores da aliança.
A decisão foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, enfatizando que a suspensão visa proteger os princípios de unidade, soberania e justiça social da aliança.
O bloco regional descreveu como “totalmente inaceitáveis” as declarações públicas feitas por figuras do novo governo de extrema direita contra países-membros como Cuba, Venezuela e Nicarágua. A ALBA acredita que essas posições desrespeitam os princípios de respeito, soberania e cooperação que sustentam a organização.

Decisão foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil
Ministerio de Relaciones Exteriores de la República Bolivariana de Venezuela/Wikicommons
A declaração da ALBA ressaltou que a suspensão “não afeta os laços permanentes, emocionais e de apoio com o povo boliviano”. “Os países da Aliança reafirmaram seu compromisso de continuar trabalhando ao lado da população, defendendo seus direitos e bem-estar”, acrescentou.
O esclarecimento foi dado ao relembrar o “profundo apoio prestado ao povo boliviano desde a formação do grupo”, destacando conquistas históricas em saúde e educação. Entre elas, estão a alfabetização de mais de um milhão de pessoas por meio de programas de educação popular e a prestação de cuidados a mais de três milhões de bolivianos por meio da Missão Milagre e outros programas de saúde.
Além das conquistas sociais, o bloco destacou investimentos significativos em diversos setores da economia boliviana e uma presença internacional de destaque, defendendo a unidade latino-americana. “Graças a esta aliança, a voz do povo boliviano ressoou fortemente em Nossa América e em todo o mundo”, enfatizou o comunicado.
As nações da ALBA reiteraram seu compromisso de garantir que a aliança continue sendo um espaço de solidariedade, cooperação e justiça, e afirmaram que a suspensão é necessária “para garantir que a organização continue sendo um instrumento de unidade e justiça social para todos os povos da região”.
De acordo com o comunicado, a postura permanecerá em vigor “enquanto as condições políticas na Bolívia são avaliadas” antes da posse da Paz, marcada para 8 de novembro.
(*) Com TeleSUR























