Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Um alto funcionário do Departamento de Estado norte-americano advertiu hoje (23) que as relações da nova administração de Barack Obama com a Venezuela dependerão dos interesses dos Estados Unidos. No entanto, deixou claro que ainda existe uma porta aberta, com certa margem de manobra, para a discussão do combate à corrupção e ao tráfico de drogas.

“Nossas relações com a Venezuela serão desenhadas para servir nossos interesses nacionais. Isto significa falar claramente sobre questões de interesse para os Estados Unidos, em busca de uma cooperação na qual o importante para nós, é a luta contra o tráfico de drogas”, afirmou o subsecretario de Estado, James Steinberg, numa carta enviada ao líder republicano no comitê de relações Exteriores do Senado, Richard Lugar.

E mais, “nossos amigos e companheiros na América Latina procuram os Estados Unidos para que proporcionemos uma liderança na região, como contrapeso a governos como aqueles atualmente no poder na Venezuela e Bolívia, que seguem políticas que não servem os interesses das suas gentes ou da região”, acrescentou Steinberg.

O alto funcionário acusou a Venezuela de ser um dos “principais países de trânsito de drogas no Hemisfério Ocidental”, por causa da “corrupção sem fim, a debilidade jurídica e a falta de cooperação na luta contra o narcotráfico”.

“Precisamos de um melhor controle do tráfico de drogas e a cooperação da Venezuela nisto é fundamental, até para ter melhor relações com os seus vizinhos”, acrescentou.

Para Steinberg, a administração Obama quer manter uma relação fluida com a Venezuela, que será difícil caso Caracas não acabe com os vínculos com a guerrilha colombiana, as “FARC”, ou coopere na luta contra o tráfico de drogas.

“Durante muito tempo, temos cedido terreno ao jogo de [presidente venezuelano, Hugo] Chávez, cuja atitude e visão da região não serve aos seus cidadãos ou pessoas em toda a América Latina. Nossa intenção é a de sermos mais ativos na região e evitar dar uma excessiva importância a Chávez e suas tétricas tentativas de dominar a agenda regional”, escreveu Steinberg ao senador Lugar.

De qualquer modo, acrescentou, “resta por ver se há algum sinal venezuelano para melhorar a relações com os Estados Unidos. De momento, ainda não há nada decidido sobre a forma e o nível em que nos vamos comprometer com os venezuelanos”.

Outra reflexão de Fidel

Por outro lado, a presidência argentina revelou uma fotografia do encontro que Cristina Kirchner teve com Fidel Castro na quarta-feira (21), onde o líder cubano parece mais recuperado que em imagens anteriores.

Vestido com um conjunto esportivo azul-escuro, Fidel apóia-se no braço direito da presidente argentina e olha para a câmera com seriedade. O encontro durou meia hora, revelou Cristina, e nele os dois trataram “todos os temas”.

Mas a publicação da fotografia coincidiu com a publicação de outra reflexão de Fidel, a segunda em menos de 24 horas.

Pela primeira vez, o ex-presidente cubano falou sobre sua mortalidade. Faz notar que o processo revolucionário cubano entrou em seu 11º presidente norte-americano, mas adverte que ele [Fidel] pode não sobreviver a um primeiro mandato do presidente Barack Obama.

“Tive o raro privilégio de observar os acontecimentos políticos [do mundo] durante tanto tempo. Recebo informação e medito sossegadamente sobre os acontecimentos. Espero não desfrutar deste privilégio dentro de quatro anos, quando conclua o primeiro mandato presidencial de Obama”, escreveu Fidel, na reflexão publicada hoje no Granma, orgão oficial do país.

E, dirigindo-se diretamente ao resto dos dirigentes do país, revela que reduziu o número de comentários públicos sobre o país, para evitar que eles se sintam constrangidos.

“Estou bem mas, insisto, nenhum [dos dirigentes] deve se sentir comprometido pelas minhas reflexões, a gravidade [da doença] ou a minha morte”, escreveu o líder cubano.

Fidel está doente há dois anos e meio e desde então não é visto em público. Oficialmente, está se recuperando de uma operação intestinal. Inicialmente, no ano 2006, passou o poder a Raúl, seu irmão, de maneira provisória. Mas em fevereiro do mesmo ano, Raúl o assumiu definitivamente.

Administração Obama mudará rota nas relações com a Venezuela

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