Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente da Bolívia, Luis Arce, declarou esperar que seu país se junte “em breve” ao BRICS, porque a adesão aceleraria o atual processo de industrialização de Sucre.

Em entrevista à Sputnik no âmbito do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, na Rússia, o mandatário afirmou que a Bolívia se beneficiaria de muitas maneiras ao entrar para o BRICS, especialmente em termos de tecnologia.

“A Bolívia pode acelerar o processo de industrialização e, assim, avançar rapidamente em direção ao tão sonhado desenvolvimento, e a participação no BRICS abre essa oportunidade para que nosso povo possa se beneficiar do conhecimento, da ciência, da tecnologia e, é claro, do comércio e do investimento que poderíamos receber dos países-membros do BRICS“, disse Arce.

O presidente boliviano destacou ainda que a não adesão da Argentina ao bloco após a posse de Javier Milei poderia acelerar a entrada de seu país no grupo.

O líder abordou ainda outras aspectos envolvidos na adesão, como o potencial das relações com a Rússia, o reconhecimento do Estado palestino, a perigosa aproximação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) com a América Latina e a necessidade de quebrar a hegemonia do dólar.

Luis Alberto Arce Catacora /Twitter
Na análise de Arce, a hegemonia dos Estados Unidos “vem diminuindo gradualmente”

Na análise de Arce, a hegemonia dos Estados Unidos “vem diminuindo gradualmente ao longo dos anos, a ponto de dar mais peso aos países do BRICS, especialmente China, Rússia e Índia”.

Inicialmente composto pelo Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, desde 1º de janeiro de 2024 grupo também é formado por Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.

Brasil-Bolívia

O presidente da Bolívia também compartilhou suas expectativas sobre a visita planejada do seu homólogo brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva à Bolívia, observando que dessa visita “ambos os países se beneficiarão de uma forma muito mais lucrativa”.

“Há uma grande expectativa para a chegada de Lula. Estamos unidos por uma longa fronteira, para começar, e, em segundo lugar, acredito que sua chegada à Bolívia será extremamente importante para que possamos definir vários projetos”, continuou.

Entre os temas que poderiam ser abordados durante o encontro com Lula, Arce pontuou uma nova fábrica de ureia e uma fábrica de NPK (fertilizante de nitrogênio, fósforo e potássio).

“Acredito que elas abrem muitas possibilidades de negociação com o Brasil, temos a interconexão rodoviária, a integração física que gostaríamos de alcançar entre o Brasil e a Bolívia e a cooperação para proteger nossas fronteiras”, acrescentou ele.

(*) Com Sputnik