Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Um ataque do Boko Haram, organização terrorista que atacou um posto militar na região de Diffa, foi repelido nesta quinta-feira (30/11) pelo Exército do Níger.

O confronto deixou 40 terroristas mortos e dois membros das forças armadas feridos. De acordo com uma fonte ligada ao exército nigerino, o ataque ocorreu durante a noite em Blabrine, no distrito de N’Guimi, no extremo sudeste do país, e os terroristas foram forçados a recuar depois de uma hora de “combates pesados”.

A mesma fonte disse que os terroristas cercaram silenciosamente o posto antes de lançar seu ataque com armas pesadas. Alertada sobre o ataque, uma patrulha do exército nos arredores de N’Guimi chegou como reforço e conseguiu repelir os terroristas.

Essa região específica fica próxima à fronteira compartilhada por Chade, Camarões e Nigéria, e é o território que, desde 2015, vem sofrendo o ataque do grupo extremista Boko Haram, cujos constantes ataques causaram a morte de milhares de pessoas, entre civis e militares.

Para combater o grupo terrorista, as quatro nações criaram uma força militar conjunta, com tropas dos quatro países. Essa força tem sido capaz de controlar o território e reduzir os ataques do grupo.

Recentemente, as forças militares francesas que tinham bases no território e apoiavam a luta contra o grupo, em decorrência de desentendimentos com o governo da nação africana, foram forçadas a deixar o país. Atualmente, está em andamento uma retirada gradual das tropas.

Este ano, grupos jihadistas naquele continente já conduziram, segundo o Pentágono, 6.756 ataques. Em outras palavras, desde que os Estados Unidos intensificaram as suas operações antiterroristas na África, o terrorismo aumentou 75.000%.

Região de Diffa fica próxima à fronteira compartilhada por Chade, Camarões e Nigéria, e é o território que, desde 2015, vem sofrendo com os ataques do grupo terrorista Boko Haram

Exército Níger

Forças Armadas do Níger combatem grupos jihadistas em Diffa

Na África, os Estados Unidos lançaram uma campanha paralela no início da década de 2000, apoiando e treinando tropas africanas desde o Mali, no oeste, até à Somália, no leste, e criando forças por procuração que lutariam ao lado dos comandos americanos.

Para cumprir as suas missões, os militares dos Estados Unidos criaram uma rede de postos avançados em toda a camada norte do continente, incluindo importantes bases de drones – desde Camp Lemonnier  e o seu posto satélite  Chabelley Airfield, no país Djibuti, até à  Base Aérea 201 em Agadez, Níger — e pequenas instalações com pequenos contingentes de tropas de operações especiais americanas em países que vão desde a Líbia e o Níger até à República Centro-Africana e ao Sudão do Sul.

Uma missão conjunta franco-americana-africana evitou um possível colapso total do Mali, mas empurrou os extremistas para áreas próximas das fronteiras do Burkina Faso e do Níger.

Desde então, essas nações do Sahel da África Ocidental têm sido atormentadas por grupos terroristas que evoluíram, fragmentaram-se e reconstituíram-se. Sob as bandeiras negras da militância jihadista, e armados com Kalashnikovs – regularmente invadem para aterrorizar, atacar e matar civis.

Estes ataques implacáveis desestabilizaram o Burkina Faso, o Mali e o Níger e estão agora afetando os seus vizinhos do sul ao longo do Golfo da Guiné. A violência no Togo e no Benin aumentou, por exemplo, 633% e 718% no último ano, segundo o Pentágono.