Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Demais presidentes latinos progressistas, além de Lula, discursaram durante a 78ª Assembleia nas Nações Unidas nesta terça-feira (19/09), em Nova Iorque, nos Estados Unidos, como Gustavo Petro (Colômbia), Miguel Díaz-Canel (Cuba), e Luis Arce (Bolívia). 

Veja como foram as falas:

Petro: paz e reforma no sistema financeiro global

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, propôs “acabar com a guerra para termos tempo de nos salvar”, em especial sobre a situação na Ucrânia e Palestina.

“Proponho que as Nações Unidas patrocinem duas conferências de paz o mais rapidamente possível: uma sobre a Ucrânia e outra sobre a Palestina, não porque não haja outras guerras no mundo, como no meu país, mas porque ensinariam a fazer a paz em todas as regiões do planeta”, complementou o mandatário. 

Na análise do presidente, a geração atual vive tentando superar os “escuros e poderosos esgotos da ganância, o furacão do capital que só olha para o lucro e que engoliu o planeta e a própria base da existência”. Segundo ele, a injustiça é o que “condena toda a humanidade à guerra”. 

Petro também propôs durante o seu discurso a reforma do sistema financeiro internacional, a fim de reduzir a dívida pública internacional.

O líder colombiano apontou que os fundos públicos estão enfraquecidos pelas dívidas externas, o que também aflige o combate à crise climática e ambiental, que depende do financiamento desses fundos. 

Díaz-Canel: colonialismo moderno e fim do bloqueio contra Cuba

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, em nome do grupo G77 e da China, exigiu uma transformação profunda da atual arquitetura financeira internacional e o fim das medidas coercivas unilaterais, durante o seu discurso na ONU. 

O líder classificou a arquitetura financeira internacional como injusta “porque foi concebida para lucrar com as reservas do Sul, perpetuar um sistema de dominação que aumenta o subdesenvolvimento e reproduzir um modelo de colonialismo moderno”.

O presidente exigiu ainda a recapitalização dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento e uma revisão no papel das agências de crédito.

“Enquanto os países mais ricos não cumprem o seu compromisso de atribuir pelo menos 0,7% do seu Produto Interno Bruto à Ajuda Oficial ao Desenvolvimento, as nações do Sul têm de gastar até 14% do seu rendimento para pagar os juros associados à dívida externa” notou. 

Dentro de suas sugestões de reforma, propôs incluir cláusulas para proporcionar alívio e reestruturação para países que sejam afetados por catástrofes naturais, por exemplo.  

Gustavo Petro, Míguel Díaz-Canel, Luís Arce e Alberto Fernández falam contra sistema financeiro global, alertando por reformas, e crise climática

Twitter/Presidencia Colombia

Demais presidentes latinos progressistas, além de Lula, discursaram durante a 78ª Assembleia nas Nações Unidas nesta terça-feira (19/09),

Nesta linha, denunciou que embora Cuba não seja o primeiro Estado soberano que sofre com medidas coercivas unilaterais pelo governo dos Estados Unidos, é o país que sofre com tais medidas há mais tempo, desde 1962. 

Da mesma forma, rejeitou os bloqueios impostos a demais países, como Zimbabué, Síria, Irã e Coreia do norte, além de reiterar sua solidariedade com a causa do povo palestiniano.

Presidente da Bolívia: uma nova ordem mundial está sendo construída

Luis Arce também discursou nesta terça-feira, afirmando que está a ser construída uma nova ordem mundial na qual a ONU tem um papel fundamental. Para ele, há “desafios pendentes” que seguem na atualidade, mas vez um apelo:

“Devemos pôr fim, de uma vez por todas, à corrida armamentista e priorizar o diálogo sincero e a diplomacia do povo”, disse Arce, ao mesmo tempo que destacou que “é urgente que as nossas nações se unam num esforço coletivo, com vozes diversas”, disse.

78ª Assembleia da ONU

O discurso do presidente Lula na abertura da 78ª Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira, ganhou proporções históricas ao abordar praticamente todos os principais desafios da humanidade na atualidade e por imprimir uma visão do Sul Global diante desses temas. 

Este foi o seu retorno ao Parlamento mundial após 14 anos. Em suas primeiras palavras, Lula recordou não aquele último discurso, e sim o primeiro. “Há 20 anos, ocupei esta tribuna pela primeira vez, e disse, naquele 23 de setembro de 2003, ‘que minhas primeiras palavras diante deste Parlamento Mundial sejam de confiança na capacidade humana de vencer desafios e evoluir para formas superiores de convivência’. Volto hoje para dizer que mantenho minha inabalável confiança na humanidade”. 

Em outro momento importante de sua fala, aproveitou para reivindicar a liberdade do ativista e jornalista australiano Julian Assange. “É fundamental preservar a liberdade de imprensa. Um jornalista como Julian Assange não pode ser punido por informar a sociedade de maneira transparente e legítima”.

Além disso, rechaçou as sanções econômicas e o embargo contra Cuba: “o Brasil seguirá denunciando medidas tomadas sem amparo na Carta da ONU, como o embargo econômico e financeiro imposto a Cuba e a tentativa de classificar esse país como Estado patrocinador de terrorismo. Continuaremos críticos a toda tentativa de dividir o mundo em zonas de influência e de reeditar a Guerra Fria”.

A questão cubana foi uma deixa para entrar em um problema mais profundo, através do qual Lula reivindicou a criação do Estado Palestino e de uma reforma do sistema da ONU.

Veja o discurso de Lula durante 78ª Assembleia da ONU na íntegra: 

(*) Com TeleSUR.