Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva esteve novamente na Argentina, nesta terça-feira (04/07), para a reunião anual dos chefes de Estado do Mercosul, realizada na cidade de Puerto Iguazú, a poucos metros da brasileira Foz do Iguaçu, na região da tríplice fronteira entre os dois países e o Paraguai.

O evento marcou a entrega da presidência pro tempore do bloco econômico, que foi exercida pela Argentina nos últimos 12 meses, e que será do Brasil até julho de 2024. Essa sucessão resultou no sexto encontro entre Alberto Fernández e Lula neste ano, com o argentino deixando a liderança do Mercosul nas mãos do brasileiro.

Em seu discurso de posse, Lula disse que a cúpula marca “uma etapa essencial do reencontro do Brasil com a região”.

“Não é concebível que tenhamos deixado de lado, por quase sete anos, esse valioso espaço que é a Cúpula Social do Mercosul. A participação de movimentos sociais, com toda a diversidade de nossa gente, reforça a transparência e a legitimidade do bloco. O Brasil assume hoje a presidência com a determinação de levar adiante esses esforços”, frisou o presidente.

Além de Lula e Fernández, também estiveram presentes os presidentes da Bolívia, Luis Arce, do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e do Paraguai, Abdo Benítez. Este último foi acompanhando pelo presidente eleito do país, Santiago Peña, que deve assumir o poder em agosto.

Acordo com a União Europeia

Ao tomar posse do Mercosul, Lula estabeleceu a conclusão do acordo do bloco com a União Europeia como uma das suas prioridades do seu mandato de 12 meses.

No entanto, o presidente ressaltou que o bloco sul-americano exigirá que o tratado seja claramente beneficioso aos países da região. “Vamos a Bruxelas discutir com a União Europeia e precisamos de uma resposta que fale de políticas nas quais ambos os lados terminem ganhando. Não queremos uma política na qual eles ganham e nós perdemos”, enfatizou o mandatário brasileiro.

Mandatário brasileiro recebeu presidência pro tempore do bloco em reunião na Argentina e se comprometeu em buscar “políticas nas quais ambos os lados terminem ganhando”

Ricardo Stuckert

Lula visitou as Cataratas do Iguaçu, horas antes de participar da cúpula de chefes de Estado do Mercosul

O Mercosul e a União Europeia discutem há mais de dez anos a possibilidade de um tratado comercial entre os países de ambos os blocos.

Neste mesmo evento, minutos antes do discurso de Lula, o presidente argentino Alberto Fernández culpou a “falta de consenso” entre os países europeus pela impossibilidade de concretizar o acordo.

Integração mais que comercial

O discurso de Lula na cúpula do Mercosul também mencionou o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica, lembrando que ele defende “uma integração que vá muito além de um projeto estritamente comercial”.

“O Mercosul não pode estar limitado à barganha do ‘quanto eu te vendo e quanto você vende pra mim’. É preciso recuperar uma agenda cidadã e inclusiva, que gere benefícios para amplos setores de nossas sociedades”, afirmou Lula.

O brasileiro acrescentou que sua presidência também terá espaço para a discussão de uma cooperação entre os países em busca a criar um ambiente de paz na região.

“O mundo está cada vez mais complexo e desafiador. Nenhum país resolverá seus problemas sozinho, nem pode permanecer alheio aos grandes dilemas da humanidade. Não temos alternativa que não seja a união. Nesse mundo cada vez mais pautado pela competição geopolítica, nossa opção regional deve ser a cooperação e a solidariedade”, completou Lula.