Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A China pediu à Organização Mundial do Comércio (OMC) que revise as práticas de exportação de semicondutores de EUA, Japão e Holanda. A informação foi divulgada pela imprensa estatal chinesa nesta quarta-feira (05/04) e diz respeito ao mercado de chips, os processadores que movem celulares, videogames e são necessários para cada vez mais produtos, como carros e eletrodomésticos.

Os Estados Unidos aplicam sanções que impedem que suas empresas vendam seus chips mais avançados para a China, em uma tentativa de conter o desenvolvimento tecnológico chinês. A Casa Branca também pressiona outros países a também limitar seu comércio com Pequim.

Durante uma reunião da OMC, representantes da China perguntaram se existe um acordo de EUA, Japão e Holanda para impedir a venda de semicondutores.

“Atores relevantes podem ter percebido que o acordo viola diretamente as regras da OMC, então eles deliberadamente mantiveram o conteúdo do acordo discreto”, disseram representantes chineses, segundo a CCTV.

Autoridades chinesas questionam ofensiva liderada pela Casa Branca contra sua indústria de semicondutores

Pxfuel

Estados Unidos aplicam sanções que impedem que suas empresas vendam seus chips mais avançados para China

De acordo com o jornal chinês Global Times, a China já apresentou uma queixa na OMC contra os EUA e agora faz o mesmo contra o Japão. No final de março, as autoridades japonesas anunciaram planos para restringir as exportações de 23 tipos de equipamentos de fabricação de semicondutores.

No caso da Holanda, a disputa envolve a ASML. A companhia tem o monopólio da fabricação em escala industrial de máquinas de litografia, que são equipamentos de altíssima precisão usados para a fabricação de chips (elas projetam luz ultravioleta extrema sobre base de silício e químicos, que se transformam, formando conectores e transistores do chip).  A China tenta desenvolver sua própria máquina de litografia avançada, mas ainda está longe de ter os resultados da ASML.

De acordo com o South China Morning Post, o vice-presidente da ASML, Peter Wennink, encontrou com o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, durante uma visita a Pequim na semana passada. As autoridades chinesas afirmaram em comunicado que a discussão teve como objetivo criar um ambiente amigável para as empresas de semicondutores e a estabilidade do mercado mundial.

Ainda de acordo com o South China Morning Post, a China foi responsável por 14% das vendas da ASML em 2022 e comprou mais de US$ 8,7 bilhões (cerca de R$ 43 bilhões) da empresa holandesa na última década.