Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Mais de dois dias após sua vitória nas eleições parlamentares de 25 de setembro, a deputada de extrema direita Giorgia Meloni segue trabalhando em silêncio na formação de sua equipe de governo.

Desde a votação, a líder do partido Irmãos da Itália (FdI) tem mantido uma agenda de encontros a portas fechadas, telefonemas e análises de documentos, enquanto a imprensa local especula sobre os futuros ministros.

O Executivo também englobará os partidos Liga, de Matteo Salvini, e Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi, agora forças minoritárias na coalizão conservadora, mas sem os quais Meloni não conseguirá governar.

Uma das hipóteses ventiladas nas últimas horas cogita a nomeação de dois vice-premiês para acomodar Salvini, que já ocupou esse cargo no primeiro governo de Giuseppe Conte (2018-2019), e Antonio Tajani, coordenador nacional do FI.

Meloni já teria conversado com Tajani sobre essa possibilidade na última terça (27/09) e falará com Salvini nos próximos dias. É notório que o secretário da Liga almeja voltar ao Ministério do Interior, pasta responsável por políticas de segurança e imigração, mas o mau resultado de seu partido (9% dos votos) pode enfraquecer seu pleito.

“O que o país espera é que sejam escolhidas as melhores pessoas. Não digo as melhores em absoluto, mas pessoas que cheguem no ministério às 8h da manhã de segunda e fiquem ali ao menos até as 19h de sexta-feira”, afirmou Guido Crosetto, coordenador nacional do FdI e um dos mais cotados para integrar o novo governo.

Deputada de extrema direita segue trabalhando em silêncio na formação de sua equipe de governo mais de dois dias após sua vitória nas eleições

ANSA

Giorgia Meloni deixa sua casa de carro para ir até a Câmara dos Deputados, em Roma

Outros ministérios-chave são os das Finanças e das Relações Exteriores, que podem ganhar nomes “técnicos” – para o primeiro, o mais cotado é o economista Fabio Panetta, membro do comitê-executivo do Banco Central Europeu (BCE).

Meloni, por sua vez, segue em silêncio sobre sua futura equipe, porém usou o Twitter nesta quarta (28/09) para desmentir que tenha vetado Salvini. “Acho bastante surreal que certa imprensa invente aspas minhas, publicando reconstruções totalmente arbitrárias. Coloquem a alma em paz: a centro-direita venceu as eleições unida e está pronta para governar”, disse a futura premiê.

Ela acrescentou à mensagem uma montagem com duas manchetes: “Meloni não cede sobre Salvini: 'Não o quero, é pró-Rússia'”, do jornal La Stampa, e “O veto de Meloni a Salvini: 'Matteo não terá ministérios-chave'”, do diário La Repubblica.

A nova legislatura tomará posse somente em 13 de outubro, o que dará início ao processo de consultas do presidente Sergio Mattarella com os partidos para a formação do governo. Como a coalizão conservadora terá ampla maioria no Parlamento, a expectativa é de que as negociações sejam breves.