Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Em uma conferência de imprensa na noite da última segunda-feira (11/07), Saúl Méndez, secretário-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores da Construção do Panamá, instou as organizações que integram a aliança Povo Unido Pela Vida a participarem da marcha popular por justiça social, convocada para esta terça-feira (12/07) na capital do país, em direção à Assembleia Nacional.

Mendéz também disse que na próxima quarta-feira (13/07), uma paralisação de 24 horas no setor de construção do país será realizado caso o governo não dê “respostas concretas às necessidades do povo”.

Na ocasião, o dirigente lembrou que os sindicatos e outras organizações apresentaram uma lista de reivindicações contendo 32 pontos, sendo um deles o aumento geral dos salários, visando “fazer frente ao aumento do custo de vida e ao preço elevado dos bens essenciais”.

Tendo em conta os protestos crescentes da última semana nas várias regiões do país centro-americano, o presidente panamenho, Laurentino Cortizo, anunciou, por meio da televisão nacional, o congelamento do preço dos combustíveis em 3,95 balboas (moeda panamenha) por galão (3,8 litros). O valor equivale a R$21,51.

Segundo a agência de notícias Telesur, Cortizo também indicou que aprovaria um decreto visando congelar o aumento dos preços de alguns produtos essenciais. 

No entanto, para o Sindicato as medidas anunciadas pelo chefe de Estado “estão longe de satisfazer as necessidades da população e de fazer frente à situação que o país atravessa”.

“Especulação brutal nos preços não é por causa da guerra na Ucrânia”

“Nós apresentámos uma lista com 32 pontos e o governo não fez referência ao resto dos pontos”, disse Méndez, acrescentando que “a especulação brutal nos preços dos medicamentos, da electricidade e agora nos combustíveis não é por causa da guerra na Ucrânia”, contrariando o que afirmou o presidente panamenho. 

“A subida indiscriminada dos preços a nível nacional nos mostra uma política econômica fracassada, que afetou a grande maioria do povo panamenho”, denunciou o líder sindical.

Representante sindical considerou 'insuficientes' as propostas oferecidas pelo governo e afirmou que mobilizações serão mantidas

Twitter/Suntrac

Principais reivindicações de trabalhadores são melhores salários e redução do custo dos produtos essenciais

Neste sentido, Méndez disse que a organização “não entraria mais no jogo das mesas técnicas de negociação sem respostas”, destacando que o governo não quer dialogar com a aliança Povo Unido Pela Vida.

“Você, senhor Cortizo, protege os interesses dos ricos e deu as costas ao povo”, criticou Méndez, dando como exemplo o caso de grupos econômicos beneficiados pelo governo com a isenção do pagamento de mil milhões de dólares para atrair investimentos no setor do turismo no país.

Segundo o representante do sindicato, é necessário que o governo “responda positivamente à proposta de aumento geral dos salários”, lamentando a falta de diálogo até ao momento

Convocada no último domingo (10/07), a greve nacional realizada pelos trabalhadores do setor de construção do país, envolve o bloqueio de estradas e realização de comícios em vários pontos do país, exigindo modificações no alto preço dos medicamentos e combustíveis, respostas para a monopolização da indústria farmacêutica, melhores salários e redução do custo dos produtos essenciais e da tarifa de energia elétrica.

(*) Com AbrilAbril e Telesur