Domingo, 14 de dezembro de 2025
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O bilionário Elon Musk se reuniu nesta sexta-feira (20/05) com o presidente brasileiro Jair Bolsonaro durante um evento em Porto Feliz, no interior de São Paulo, e anunciou um projeto para conectar 19 mil escolas nas zonas rurais e monitorar a Amazônia através de sua empresa Starlink. 

“Super animado por estar no Brasil para o lançamento da Starlink para 19 mil escolas desconectadas em áreas rurais e monitoramento ambiental da Amazônia!”, escreveu Musk no Twitter.

A Starlink é um braço da SpaceX, empresa de transporte espacial do bilionário, que utiliza satélites de órbita baixa para prover serviços de internet, e que, de acordo com Musk, “tem uma política bem rigorosa de proteção dos dados”, além de “um nível de encriptação no nível do terminal e no nível do satélite”.

“Sobre proteger a Amazônia, temos que usar os dados, porque a Amazônia é gigantesca. Se você tentar fazer um monte de fotos e vídeos para entender o que está acontecendo, a quantidade de dados a serem transmitidos será enorme. Então, precisamos dessa conectividade para monitorar a Amazônia efetivamente”, disse.

Bolsonaro, por sua vez, ressaltou que o governo brasileiro conta com Musk “para que a Amazônia seja conhecida por todos, no Brasil e no mundo”.

“Mostrar a exuberância dessa região, como ela é preservada por nós e quantos malefícios causam para nós aqueles que difundem mentiras sobre essa região”, acrescentou Bolsonaro no evento com cerca de 100 convidados em um hotel de luxo.

No entanto, para especialistas, o país já possui dados que podem direcionar uma fiscalização eficiente contra o desmatamento da floresta, sendo que, os satélites de Musk, não teriam impacto em tal rastreamento. 

Ao G1, o secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, disse que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) tem a “tecnologia mais avançada” para fazer tal acompanhamento, sendo “uma referência de monitoramento de florestas tropicais no mundo”.

Para especialistas, Brasil já possui dados eficientes contra o desmatamento, sendo que, os satélites do bilionário, não teriam impacto em tal rastreamento

Twitter/Jair M. Bolsonaro

Bolsonaro ressaltou que o governo brasileiro conta com Musk "para que a Amazônia seja conhecida por todos, no Brasil e no mundo"

“Monitoramento a gente tem e é de qualidade. O que a gente não tem é governo. Não adianta a gente ter a informação e não ter quem aja, tome ações em cima da informação”, declarou ao portal.

Segundo o Inpe, a taxa de precisão das imagens obtidas via satélites é de 95%, sendo que desde 1988 o instituto recebe e analisa os dados sobre perdas de áreas na Amazônia.

‘Mito da liberdade’

No Twitter, o presidente brasileiro explicou que os dois trataram, entre outros assuntos, de conectividade, investimentos, inovação e o uso da tecnologia como reforço na proteção da Amazônia e na realização do potencial econômico do Brasil.

Já em relação à rede social, Bolsonaro disse que o anúncio de Musk sobre a compra do Twitter é um “sopro de esperança”. “O exemplo que nos deu, poucos dias, quando se anunciou a compra do Twitter, para nós aqui é como um sopro de esperança. O mundo todo passa por pessoas que têm vontade de roubar essa liberdade de nós, a liberdade é a semente para o futuro”, ressaltou Bolsonaro, após chamar Musk de “mito da liberdade”.

Ainda no encontro, Musk também foi homenageado com uma medalha de honra concedida pelo líder brasileiro e pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio. Geralmente, a Ordem de Mérito é entregue “para personalidades civis e militares, brasileiras ou estrangeiras, que prestarem relevantes serviços às Forças Armadas”.

De acordo o ministro das Comunicações, Fábio Faria, a condecoração foi entregue ao bilionário porque ele “está aqui para fazer algo de concreto para ajudar a Amazônia”, declarando que “todos” no país “amam” Musk. O elogio foi respondido pelo bilionário, que disse também amar o Brasil.

(*) Com Ansa.