Itália nega que Zambelli tenha sido flagrada em igreja evangélica
Declaração ocorre após jornal romano informar que 'política ligada a Bolsonaro' foi vista em culto na província de Salermo; deputada está foragida desde início de junho
O governo da Itália negou nesta quarta-feira (16/07) que a mulher vista em uma igreja evangélica em Scafati, na província de Salerno, tenha sido a deputada brasileira Carla Zambelli, que está foragida no país europeu desde o início de junho.
A posição foi dada após um questionamento apresentado pelo deputado de oposição Angelo Bonelli, da Aliança Verdes e Esquerda (AVS), sobre o paradeiro da parlamentar bolsonarista.
“Com base em informações obtidas de fontes abertas, foram realizadas verificações minuciosas sobre a possível presença dela em uma comunidade religiosa localizada na zona de Salerno, aparentemente confirmada por algumas fotografias. Mas rapidamente se constatou que a pessoa denunciada era uma mulher diferente e completamente estranha ao caso”, disse o ministro do Interior, Matteo Piantedosi, na Câmara dos Deputados.
Na terça-feira (15/07), o jornal romano la Repubblica informou que Zambelli havia sido vista três dias antes prestando um culto em uma igreja evangélica em Scafati, cidade da província de Salerno.
O título da reportagem dizia: “Condenada no Brasil, a deputada foragida Carla Zambelli se refugia na Campânia”. Já no subtítulo, acrescentava: “Continua a fuga da política ligada a Bolsonaro. Foi vista em uma igreja evangélica em Scafati”.
Diante da matéria publicada pelo jornal, o ministro italiano pontuou que “ao longo das investigações, foram verificados pontualmente relatos a respeito da presença da ex-parlamentar em determinados locais ou contextos, sempre com resultado negativo”.
“[Prosseguem] as atividades investigativas e as verificações sobre novas informações compartilhadas no âmbito da colaboração internacional com as autoridades policiais brasileiras […] as investigações realizadas até o momento ainda não nos permitiram localizar a ex-deputada brasileira”, acrescentou Piantedosi.
A deputada bolsonarista é alvo de um mandado de prisão internacional e está condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de cadeia por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com respaldo do hacker Walter Delgatti Neto. O objetivo do crime seria prejudicar a credibilidade do Poder Judiciário.

Deputada bolsonarista, Carla Zambelli está foragida na Itália desde início de junho
Wikimedia Commons/Silas Leal
Foragida
Inicialmente, Carla Zambelli fugiu do Brasil através da fronteira com a Argentina e viajou para Miami, nos Estados Unidos. Em 5 de junho, a deputada chegou à Itália, país onde alegou não poder ser extraditada por ter cidadania.
Ao aterrissar em Roma, a Interpol, aliado da Polícia Federal (PF), planejava realizar a prisão no aeroporto, entretanto, o seu nome ainda não estava incluído na lista vermelha da organização.
Procurada em 196 países, Zambelli é uma das vozes mais ativas da extrema direita brasileira e aliada fiel do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu por golpe de Estado e pode pegar até 43 anos de cadeia no país.
(*) Com Ansa























