Secretário geral da ONU faz alerta para aumento da pobreza no mundo
Para António Guterres, é 'inconcebível' que apenas 1% dos mais ricos deter quase metade da riqueza global
O secretário geral das Nações Unidas, António Guterres, fez um apelo mundial nesta terça-feira (04/11) por ações efetivas ao enfrentamento das crises atuais de pobreza, desigualdade e degradação ambiental.
Na Segunda Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social, em Doha, no Catar, o líder da ONU falou sobre a disparidade econômica global, afirmando ser “inconcebível que quase 700 milhões de pessoas ainda vivam em extrema pobreza, enquanto 1% dos mais ricos detêm quase metade da riqueza global”. Essa distribuição, afirmou ele, é uma falha ética e política.
Guterres defendeu que o novo “plano das pessoas”, consagrado na Declaração Política de Doha, deve traduzir-se em medidas concretas que coloquem o bem-estar humano no centro das políticas econômicas e sociais. Para Guterres, os países não estão avançando com “rapidez suficiente para mitigar a volatilidade e a destruição causadas pelo aquecimento global”.
O secretário citou a COP30, que começa na próxima semana em Belém, no Brasil, afirmando que os países participantes devem chegar ao vento climático com planos concretos para reduzir emissões e promover a justiça climática, incluindo o cumprimento da meta de US$ 1,3 trilhão anuais em financiamento climático até 2035 e a duplicação do apoio à adaptação climática para US$40 bilhões ainda este ano.
Durante sua fala, Guterres criticou a falta de acesso aos direitos básicos, afirmando que milhões de pessoas passam fome, morrem de doenças consideradas evitáveis por meio da tecnologia e saúde pública. O secretário também enfatizou ser “intolerável” que quatro bilhões de pessoas não possuem proteção social, estando desamparadas em meio a crises.

Antonio Guterres criticou os países em relação à extrema pobreza
antonioguterres/ X
Segundo o líder da ONU, a cúpula em Doha está ocorrendo em um momento de incerteza global, marcada por divisões, conflitos e sofrimento humano. Guterres lamentou que os países em desenvolvimento não estão recebendo o nível de apoio necessário e que a ação internacional para mitigar os efeitos do aquecimento global seja lenta.
Em seguida, o líder fez seu apelo por igualdade econômica, pediu para que os líderes mundiais garantam direitos fundamentais como alimentação, saúde, educação e proteção ambiental.
Reforma do sistema financeiro global
O líder das Nações Unidas defendeu que um “plano centrado nas pessoas” deve colocar a criação de empregos no centro das prioridades nacionais, unindo governos e o setor privado para promover “trabalho decente, salários dignos” e transições da economia informal para as economias verde, digital e de cuidados.
Para ele, é importante investir em formação, desenvolvimento de competências e aprendizagem ao longo da vida, e garantir que as mulheres tenham acesso igualitário ao mercado de trabalho.
Para isso, reiterou que o atual sistema financeiro necessita de reformas para “melhor representar o mundo atual e as necessidades dos países em desenvolvimento”.
(*) Com Telesur e ONU News.























