Líder Supremo diz que Irã aceitaria diálogo se EUA deixarem de apoiar Israel
Aiatolá Ali Khamenei disse que paz na região depende de ‘as forças norte-americanas retirarem suas bases e apoio militar’ a Tel Aviv
Em pronunciamento realizado nesta segunda-feira (03/11), o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que seu país poderia iniciar um diálogo para normalizar relações com os Estados Unidos, mas que uma das condições mais importantes para que tal situação ocorra seria que Washington interrompesse todo tipo de cooperação militar com Israel.
“Somente se os Estados Unidos abandonarem completamente seu apoio a Israel, retirarem suas bases militares da região, o apoio em termos de armamentos, treinamento e logística, então consideraremos com um movimento de quem está buscando a paz”, enfatizou Khamenei.
Segundo a agência local Fars, o líder iraniano acrescentou que considera tal situação “pouco provável”, e acrescentou que “não vejo como isso pode ser possível em um futuro próximo”.
Durante o pronunciamento, Khamenei reclamou que “os Estados Unidos e sua natureza arrogante são o principal agente de desestabilização da região (do Oriente Médio)”.
O aiatolá também afirmou que “todos os presidentes norte-americanos desejaram acabar com a Revolução (iraniana), embora nem todos tenham tido coragem de dizer isso abertamente”.
“O atual presidente (Donald Trump) é um dos que expressou isso claramente, revelando a verdadeira face dos Estados Unidos e seu projeto que não aceita nada menos que a rendição do Irã, algo que nunca vai aconteceu”, declarou.

Aiatolá Khamenei condicionou diálogo do Irã com os Estados Unidos ao fim do apoio norte-americano a Israel
Fars
Guerra dos Doze Dias
Em outro momento importante do seu discurso, Khamenei lembrou a guerra dos 12 dias, ocorrida em junho deste ano, que começou com um bombardeio lançado por Israel contra Teerã, no dia 13 de junho.
Aquela primeira agressão foi seguida por contra-ataques iranianos sobre Tel Aviv e as intervenções dos Estados Unidos em apoio ao país governado pelo premiê sionista Benjamin Netanyahu.
O aiatolá Khamenei classificou os ataques israelenses e norte-americanos como “tentativas de destruir nossos avanços no setor energético com uma falsa desculpa”.
A declaração se refere à justificativa de Tel Aviv e de Washington de que Teerã possuiria armas nucleares em seu arsenal, algo que jamais foi devidamente comprovado.
Vale lembrar que o próprio aiatolá Ali Khamenei impôs no Irã, nos Anos 90, uma fátua (decreto estabelecido dentro da lei islâmica) que proíbe a produção de armas nucleares e também de armas químicas. Por se tratar de um mecanismo da lei islâmica, somente outra decisão do aiatolá pode reverter esse obstáculo legal.
Com informações de Fars.























