Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente do Líbano, Joseph Aoun, denunciou os ataques israelenses dirigidos ao sul do país na quinta-feira (06/11) , classificando-os como um “crime de pleno direito sob a lei humanitária internacional”. Também condenou o regime sionista por “aterrorizar e deslocar civis à força”, ao ignorar o cessar-fogo firmado com o Hezbollah, em novembro passado. Segundo o mandatário, a operação realizada no dia anterior prova que Israel “rejeita qualquer acordo negociado”.

“Já se passou quase um ano desde que o cessar-fogo entrou em vigor”, observou Aoun. “E durante todo esse período, Israel rejeitou consistentemente qualquer acordo negociado entre os dois países.”

O presidente também enfatizou que sempre que a sua nação expressa abertura para negociações pacíficas, Tel Aviv responde com agressão intensificada e “ostenta seu desrespeito pela Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU”.

Por sua vez, o Hezbollah reiterou o “direito legítimo” de defesa “contra um inimigo que impõe guerra”. Expressou também absoluta rejeição a qualquer negociação política com Israel, dizendo que tais negociações “não servem ao interesse nacional”.

Principal apoiador do movimento libanês, o Irã também condenou o que chamou de ataques “selvagens” no sul do Líbano. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores iraniano instou “as Nações Unidas, a comunidade internacional e os países regionais a enfrentar o belicismo” do regime sionista, ao mesmo tempo em que ofereceu “condolências pelo martírio de cidadãos libaneses durante os ataques selvagens”.

No dia anterior, a Agência Nacional de Notícias (NNA) estatal do Líbano informou que aviões de guerra israelenses atingiram bairros residenciais na área de Toura, cidade do distrito de Tiro, matando um libanês e ferindo outros oito. Outro civil ficou ferido em Tayr Debba. Os caças de Tel Aviv também violaram o espaço aéreo libanês sobre os subúrbios do sul de Beirute, um ato provocativo que é tradicionalmente usado como guerra psicológica.

Autoridades libanesas informam que uma pessoa morreu e oito ficaram feridas em ataques israelenses dirigidos ao sul do país
Tasnim News Agency

O Exército de Israel alegou que a operação tinha como objetivo frustrar as tentativas do Hezbollah de “reconstruir suas atividades na região”. Segundo o jornal Times of Israel, a operação de quinta-feira foi elaborada em coordenação com os Estados Unidos, estes que ultimamente têm pressionado o Líbano a um acordo para desarmar o movimento libanês.

De acordo com a agência Reuters, os avisos de evacuação feitos pelo porta-voz em língua árabe das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), Avichay Adraee, coincidiram com uma reunião do gabinete do Líbano para ouvir uma atualização do comandante do Exército, Rodolphe Haykal, sobre o progresso no confisco de depósitos de armas do Hezbollah no sul do Líbano.