Irã rechaça na ONU ‘invenção ocidental’ sobre programa de armas nucleares
Presidente Masoud Pezeshkian assegurou que país 'nunca procurou e nunca procurará' construir bombas
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, reiterou que “nunca procurou e nunca tentará construir uma bomba nuclear” após criticar os esforços realizados por países europeus na articulação de um processo para que as Nações Unidas (ONU) retomem as sanções contra o seu país. A declaração foi dada nesta quarta-feira (24/09) em discurso na 80ª sessão da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
No mês passado, o Reino Unido, a França e a Alemanha votaram no Conselho de Segurança pela reimposição de sanções a Teerã, alegando de o país persa ter violado um acordo assinado em 2015 para conter o seu programa nuclear.
“Ao fazer isso, eles deixaram de lado a boa fé”, disse Pezeshkian, ressaltando que a ideia de que o Irã buscaria desenvolver armas nucleares é uma “invenção” dos países ocidentais, mencionando como exemplo Israel.
Agressão israelense
O discurso iraniano foi enfático nas críticas ao regime sionista. O líder de Teerã rechaçou a “agressão selvagem” articulada por Israel e pelos Estados Unidos às instalações nucleares do país persa em junho, afirmando que infligiu “um duro golpe à confiança internacional e à própria perspectiva de paz na região”. Foi a primeira vez que Pezeshkian comentou sobre o assunto em um fórum global. A guerra de 12 dias iniciada por Tel Aviv resultou no assassinato de altos funcionários, lideranças e cientistas iranianos.
“O povo patriótico e valente do Irã expôs diante dos agressores a falácia e a auto-ilusão de seus cálculos arrogantes”, ressaltou, acrescentando que as nações inimigas “involuntariamente fortaleceram a sagrada unidade nacional”, apesar das “severas e prolongadas sanções econômicas, guerra psicológica e midiática e esforços persistentes para semear discórdia a cada instante”.

Presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York
IRNA
O chefe de Estado ainda denunciou que o regime sionista comete abusos sob o pretexto do direito da autodefesa, como é o que acontece na Faixa de Gaza. O genocídio intensificado desde 7 de outubro de 2023 já resulta na morte de mais de 65 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave.
“Depois de quase dois anos de genocídio, fome em massa, perpetuação do apartheid nos territórios ocupados e agressão contra os seus vizinhos, o esquema ridículo e delirante de um ‘grande Israel’ está a ser proclamado com descaramento pelos mais altos escalões desse regime”, disse.
O líder do país persa também mencionou “a recente agressão do regime de Israel contra o Catar” – um atentado que visou assassinar a equipe de negociadores do Hamas em Doha – e expressou solidariedade ao povo catari.
Por fim, o presidente prometeu que o Irã está pronto para trabalhar com parceiros internacionais e emergir do isolamento global.
“O Irã é um parceiro firme e um companheiro confiável para todos os países que buscam a paz, de amizade e uma parceria baseada não em conveniência passageira, mas em dignidade, confiança e um futuro compartilhado”, disse Pezeshkian. “Nós, o povo íntegro do Irã, permanecendo firmes contra saqueadores sem lei, superamos com honra as injustiças, discriminações e padrões duplos impostos a nós, e hoje, com uma perspectiva orientada para a oportunidade, transformamos essa conquista histórica do povo iraniano em uma plataforma para um salto em direção a um futuro esperançoso”, concluiu..























