Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente do Líbano, Joseph Aoun, recebeu nesta segunda-feira (18/08) o enviado dos EUA, Thomas Barrack, no Palácio Baabda, na presença do enviado adjunto dos EUA para o Oriente Médio, Morgan Ortagus, e da embaixadora dos EUA, Lisa Johnson.

Segundo a agência de notícias de Beirute, durante a reunião, o líder libanês enfatizou que “agora é essencial que as outras partes se comprometam totalmente com seus termos”. Aoun também pediu maior apoio internacional ao Exército e o rápido lançamento de esforços de reconstrução em áreas afetadas pela agressão israelense.

Barrack parabenizou o representante de Beirute pelo que ele descreveu como uma “conquista histórica do governo libanês”, que o presidente Aoun descreveu como um reflexo da crença das autoridades no que serve aos interesses nacionais do Líbano e protege seu povo.

Após a reunião de quase uma hora, o diplomata norte-americano conversou com repórteres, destacando o “progresso significativo” alcançado. Ele ressaltou que os acontecimentos no Gabinete e em outras áreas marcaram o início de um retorno à “prosperidade e à paz”, acrescentando que as próximas semanas podem testemunhar avanços substanciais em diversas frentes.

Abordando o desarmamento do Hezbollah, Barrack esclareceu: “A questão não é dirigida contra a comunidade xiita; pelo contrário, é do interesse dela. Esta é uma decisão libanesa e requer cooperação israelense”. Ele enfatizou que o sucesso do processo exige ação recíproca, acrescentando que: “O governo libanês deu o primeiro passo, e agora Israel deve dar um passo recíproco.”

Barrack observou que o esforço não era sobre pressão, mas sobre criar alternativas viáveis e iniciar um diálogo de longo prazo, inclusive com o Hezbollah, que ele descreveu como parte do tecido social libanês.

Thomas Barrack destacou avanços nas negociações, mas reforçou que solução para o Hezbollah deve partir do próprio Líbano

Thomas Barrack destacou avanços nas negociações, mas reforçou que solução para o Hezbollah deve partir do próprio Líbano
National News Agency Of Lebannon

Além disso, o enviado dos EUA enfatizou a ausência de quaisquer ameaças: “Não há ameaças. Todos estão cooperando. Não estamos aqui para impor nada, mas para ajudar o Líbano a construir um caminho rumo à prosperidade a longo prazo.”

Barrack concluiu elogiando a liderança do governo libanês, dizendo: “Vocês todos deveriam estar orgulhosos: seu governo, o Hezbollah, a comunidade xiita, todos vocês. O Líbano merece brilhar novamente como a pérola da região, e brilhará.”

Ele esclareceu que “não houve nenhuma proposta americana direcionada a Israel”, enfatizando que o papel de Washington estava focado em “implementar um acordo que foi violado”.

Quando questionado sobre a recusa do Hezbollah em entregar suas armas, Barrack ressaltou que o assunto é uma questão interna libanesa, dizendo: “Não estamos considerando fazer nenhuma ameaça. Lidar com o Hezbollah é um procedimento libanês, e nosso papel tem sido consultivo.”

Barrack acrescentou que a próxima fase incluiria trabalhar com o governo libanês para restaurar a prosperidade e, ao mesmo tempo, explorar caminhos para cooperação regional envolvendo Israel e o Irã.

Hezbollah critica gabinete

Durante a cerimônia de Arbaeen do Imam Hussein em Baalbek nesta sexta-feira (15/08), o secretário-geral do Hezbollah, Sheikh Naim Qassem afirmou que o desarmamento “retira do Líbano suas capacidades defensivas” em meio às hostilidades em andamento e “facilita a morte de combatentes da resistência e suas famílias”.

“Este governo está a serviço do projeto israelense, conscientemente ou não. Se vocês se sentem impotentes, deixem-nos enfrentar o inimigo nós mesmos. Não precisamos que vocês se envolvam”, declarou.

Além disso, o secretário-geral do Hezbollah declarou que “a maioria dos libaneses apoia a Resistência” e pediu o apoio de todos as facções: “Unamos forças para construir este país. Ele não pode ser construído por um grupo isolado. Precisamos viver com dignidade, ou o Líbano não resistirá se optarem pela oposição”.