Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O Escritório das Nações Unidas (ONU) no Iêmen relatou no domingo (19/10) que o grupo de resistência iemenita Houthis segue mantendo 20 funcionários da organização sob custódia, como parte de sua campanha antiespionagem. De acordo com Jean Alam, o porta-voz do Coordenador Residente da ONU para o Iêmen, os militantes realizaram uma “entrada não autorizada” no complexo da entidade, na capital Sanaa, no sábado (18/10).

“Cinco funcionários nacionais e quinze funcionários internacionais permanecem detidos dentro do complexo”, disse Alam. Segundo a emissora catari Al Jazeera, outros 11 funcionários da ONU foram brevemente interrogados e, em seguida, liberados.

Ainda de acordo com o porta-voz, as Nações Unidas estão em contato direto com os Houthis “para resolver esta grave situação o mais rápido possível, acabar com a detenção de todo o pessoal e restaurar o controle total sobre suas instalações em Sanaa”.

Entre os detidos, está o representante do UNICEF no Iêmen, o britânico Peter Hawkins, de 64 anos, que foi nomeado ao cargo em novembro de 2022, depois de desempenhar a mesma função no Iraque e na Nigéria. 

O incidente faz parte de uma campanha sustentada pelos Houthis contra a ONU e outras organizações internacionais de ajuda que atuam no território sob seu controle, incluindo Sanaa, a cidade portuária de Hodeidah, no Mar Vermelho, e a província de Saada, no norte. O grupo tem acusado repetidamente funcionários das organizações internacionais e embaixadas estrangeiras de espionagem em nome dos Estados Unidos e de Israel, alegações que a ONU negou.

Em resposta às detenções recorrentes, as Nações Unidas suspenderam as operações em Saada no início deste ano e transferiu seu principal coordenador humanitário no Iêmen de Sanaa para Aden, a sede do governo internacionalmente reconhecido.

Grupo de resistência iemenita Houthis mantém 20 funcionários da ONU sob custódia, como parte de sua campanha antiespionagem
Wikimedia Commons

Em discurso televisionado, o líder Abdelmalek al-Houthi informou que seu grupo havia desmantelado “uma das células de espionagem mais perigosas”, associando-a “a organizações humanitárias como o Programa Mundial de Alimentos e o UNICEF”. 

Em 31 de agosto de 2025, os militantes já haviam tomado outros escritórios da ONU em Sanaa, detendo mais de 11 funcionários, conforme a organização internacional. Em 9 de janeiro deste ano, o grupo afirmou ter prendido uma rede de espionagem britânica, segundo relatos da agência Anadolu.