ONU deveria criar órgão de ação conjunta internacional em casos de catástrofes
ONU deveria criar órgão de ação conjunta internacional em casos de catástrofes
Editorial do jornal China Daily propõe a criação de um mecanismo de intervenção unificado em casos de catástrofe, para coordenar e financiar melhor os sistemas de trabalho e alerta dos socorristas.
O terremoto de magnitude 9,0 que atingiu o Japão na última sexta-feira (11/03) causou consideráveis destruições. Riscos potenciais de vazamentos radiativos da central nuclear de Fukushima Daiichi ameaçam a nação japonesa. Estes fatos mostram uma vez mais a necessidade urgente de estabelecer um mecanismo de socorro internacional em caso de catástrofe natural.
Nos últimos anos, com o recrudescimento das catástrofes naturais em todo o mundo, a população toma progressivamente consciência do impacto da degradação ambiental e da mudança climática sobre a economia e a segurança mundial. A frequência dessas catástrofes seria o resultado da utilização intensiva de energia carbônica, da qual resultam as emissões de gás de efeito estufa, a degradação ambiental, assim como a regressão ecológica.
Segundo informe publicado em janeiro de 2010 pelas Nações Unidas, intitulado Estratégia Internacional de Prevenção de Catástrofes, um total de 3.852 grandes catástrofes naturais teria castigado o mundo entre 2000 e 2009. As perdas humanas seriam da ordem de 780 mil pessoas; quanto às perdas econômicas, atingiram US$ 960 bilhões. Observe-se que os países asiáticos são frequentemente os mais duramente atingidos pelas catástrofes naturais.
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Em geral, o impacto dos desastres geológicos e climáticos se estende para muito além das regiões diretamente atingidas.
O epicentro do último sismo que atingiu o Japão se localizava perto da costa leste de Honshu. A área em causa, como uma das principais regiões industriais do Japão, é notadamente o lugar onde foram agrupadas as indústrias petrolífera e nuclear da nação. Em consequência disso, as repercussões sobre a terceira economia mundial seriam consideráveis.
Como principal exportador mundial, a queda da produção e a diminuição das exportações de ferro, de produtos metalúrgicos, de motores automotivos e de alguns produtos industriais chaves terão algum impacto sobre a retomada econômica mundial.
Nenhuma nação, por mais desenvolvida e poderosa que seja, está ao abrigo em face da emergência das ameaças causadas pela mudança climática, a penúria de recursos e as repetidas crises financeiras, energéticas e alimentares.
Por isso, é essencial estabelecer um mecanismo de urgência mundial e um sistema de socorro competente a fim de aumentar as capacidades de que o mundo dispõe para fazer face às catástrofes naturais.
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Atualmente, um certo número de organizações internacionais e de programas tratam as questões ligadas às catástrofes naturais: a Estratégia Internacional das Nações Unidas para a Prevenção das Catástrofes, a Organização Meteorológica Mundial, a Sociedade Internacional para o Tsunami, assim como a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho também são organismos implicado na resolução dessas questões.
Apesar do papel primordial que essas organizações assumem no socorro aos afetados pelas catástrofes, certos problemas se mantêm em suspense. Uma melhor coordenação e uma melhor divisão dos recursos deveriam ser visadas como metas; e a maneira como os esforços mundiais são mobilizados para lutar contra uma catástrofe natural num país ou numa região determinados deve ser amplamente melhorada.
Um organismo global de socorro de urgência deve ser estabelecido a fim de superar esses problemas. Com essa finalidade, as Nações Unidas podem criar um centro de urgência internacional encarregado da estratégia e da coordenação entre seus diferentes membros; isto permitiria atenuar as principais ameaças de catástrofes naturais.
A segunda opção consiste em juntar o conjunto dos recursos destinados ao socorro dos afetados para realizar o compartilhamento de informações entre todas as nações a fim de que os efeitos negativos das catástrofes naturais possam ser reduzidos ao mínimo.
Desse modo, evidencia-se que a criação de um dispositivo de acompanhamento das catástrofes naturais e de um sistema de alerta em escala mundial poderia permitir melhorar a capacidade de cada país em matéria de prevenção e de controle dos riscos.
Comparativamente aos países em vias de desenvolvimento, os países desenvolvidos se beneficiam de uma expertise mais madura e de uma gestão mais avançada nesse sentido.
A criação de tal dispositivo poderia, portanto, ajudar a realizar recursos e de informações em todo o mundo. Ele permitiria, entre outras coisas, estimular a capacidade de alerta dos países em vias de desenvolvimento em caso de catástrofes naturais.
As responsabilidades dos países, regiões e das organizações internacionais deveriam ser explicitamente definidas em casos de catástrofes naturais. Isto teria como resultado melhorar a eficácia dos esforços desprendidos na redução do impacto desses desastres ecológicos.
Um mecanismo conjunto de socorro deveria igualmente ser criado no quadro da ONU. Todos os Estados-membros deveriam assinar um acordo comprometendo-se mutuamente a oferecer uma ajuda específica em caso de catástrofes naturais. Exercícios de urgência internacional deveriam igualmente ser organizados de maneira regular a fim de reforçar as capacidades de socorro aos atingidos de cada país e de cada organização internacional.
Nesse sentido, a educação sobre a prevenção das catástrofes e sobre socorro deve ser popularizada no seio dos países de alto risco. As regiões atingidas devem pela mesma ocasião sensibilizar as populações quanto aos bons gestos a adotar em caso de catástrofes naturais.
Finalmente, uma fundação de socorro internacional deveria ser criada a fim de atenuar a atual falta de financiamento. Pois os fundos internacionais destinados ao socorro aos atingidos dependem majoritariamente das doações governamentais e não-governamentais; isto se traduz frequentemente em fundos limitados que não satisfazem as exigências do trabalho de socorro global.
Nessa perspectiva, um mecanismo eficaz de financiamento a longo prazo como a criação de um sistema de segurança mundial em casos de catástrofes naturais, é portanto, essencial.
(*) Editorial publicado no China Daily e traduzido do francês pelo site Vermelho
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