Sexta-feira, 12 de dezembro de 2025
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É uma medida do poderio militar dos Estados Unidos e da pobreza dos meios de comunicação o fato de o país lançar guerras contra povos e nações dos quais nada sabe.

Aparentemente, basta uma campanha dos meios chamando alguém de monstro, ou de assassino, ou deste nome que tudo justifica – Hitler – e os bombardeiros começam a cruzar os céus.

Os Estados Unidos fazem a guerra, são castigados por isso ou vencidos; prometem não voltar a fazê-lo e, naturalmente, o fazem outra vez… e mais outra.

Quando os exércitos norte-americanos atacaram o Vietnã (baseados em uma mentira sobre um suposto ataque no Golfo de Tonkin), o fizeram quase como algo passageiro: para ajudar um aliado europeu que havia sido derrotado (França), e em apoio ao que estudiosos e analistas chamaram de “teoria do dominó”, como se, no caso da “queda” do Vietnã, toda a Ásia fosse imediatamente cair – como em uma fileira de dominós.

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Essa teoria, como muitas outras que apoiam guerras imperiais, era falsa. Décadas depois, um dos mais importantes falcões da guerra, o secretário da Defesa Robert McNamara, o Estranho, admitiria que os norte-americanos sabiam pouco, quase nada, sobre o Vietnã, sua língua, história e cultura, e que tal ignorância tornara a vitória praticamente impossível.

Depois, a Somália. Depois… o Iraque.

E agora a Líbia. Quantos de nós sabem algo sobre a guerra interna na Líbia por causa de conflitos tribais? Que uma das maiores tribos do leste, os Senussi, perdeu o poder e a influência quando o rei Idris foi derrotado, em 1969, pelo Movimento dos Oficiais Livres, do qual o coronel Kadafi fazia parte? Quantos sabem que muitos deles não querem democracia, e sim restaurar a velha monarquia?

Que durante as rebeliões iniciais muitas bandeiras tremularam na Casa de Idris – uma marionete do Ocidente como foram Farouk do Egito ou o xá do Irã?

Não lhes parece estranho que as chamadas democracias odicentais estejam lutando em defesa de reis?

Ah, a atrasada e pobre Líbia. Sabiam que a Líbia tem o mais alto PIB per capita da África – mais alto que o da África do Sul? Ou que tem um dos mais baixos índices de analfabetismo do mundo árabe? (Quase 20% menos que o Egito.)

Eu também não sabia. Li em alguma publicação britânica relativamente obscura. E para comprovar as informações, pesquisei.

Nós não sabemos porque não é do interesse das forças corporativas que são donas e usam os meios, ou porque não é importante que saibamos.

Dez anos depois do início da guerra no Afeganistão, e oito anos depois do início da guerra no Iraque, não aprendemos absolutamente nada!

*Artigo publicado originalmente publicado no site Cubadebate

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