Haroldo Ceravolo deixa direção de Opera Mundi
Após quase dezesseis anos de dedicação intensa e criativa, o jornalista Haroldo Ceravolo Sereza deixou a direção de redação de Opera Mundi. A decisão foi tomada por acordo mútuo, em sintonia com outras mudanças em andamento tanto no jornalismo quanto na organização da empresa.
Haroldo assumiu a direção de redação em 2010, quando Opera Mundi ainda dava seus primeiros passos como veículo de jornalismo independente dedicado às relações internacionais e à política externa brasileira. Desde então, sua contribuição foi decisiva para consolidar a identidade do projeto, guiando a equipe em momentos de crescimento, de dificuldades e de reinvenção. Sua marca se fez sentir tanto no planejamento editorial quanto na formação de jovens jornalistas, que encontraram em sua liderança rigor, compromisso e generosidade intelectual.
Neste período, o site atravessou diferentes fases da política brasileira e internacional, sem nunca abrir mão de seu compromisso com a informação crítica, plural e conectada às grandes transformações do mundo.
A mão de Haroldo esteve sempre presente em momentos decisivos de Opera Mundi, como a cobertura dos vazamentos do Wikileaks, o acordo mediado pelo Brasil para o enriquecimento de urânio pelo Irã, diferentes eleições presidenciais nos Estados Unidos, no Brasil e na América Latina, e, mais recentemente, na cobertura da Guerra da Ucrânia e do genocídio palestino. Ele também atuou diretamente na criação de nossos projetos audiovisuais desde os primeiros passos que demos, estruturando novos produtos e formas de sustentabilidade econômica.
Além de diretor de redação, Ceravolo também é editor e sócio da Alameda, uma das editoras brasileiras mais respeitadas no campo das ciências humanas. Esse duplo papel, no jornalismo e na edição de livros, ampliou o alcance de seu trabalho como intelectual público e fomentador de debates críticos. Agora, com sua saída da direção de redação, Haroldo poderá se dedicar com mais intensidade a essa frente editorial e a outros projetos jornalísticos que virão.
O afastamento não significa, no entanto, ruptura ou distanciamento. A relação de Haroldo com o Opera Mundi é profunda e duradoura, seja pela amizade construída com os que aqui trabalham, seja pela identidade de valores. Sua contribuição, ao longo desses dezesseis anos será sempre parte constitutiva da história do veículo.
Em nome da direção e da equipe de Opera Mundi, registro nossa imensa gratidão a Haroldo Ceravolo. Seu empenho, sua inteligência e sua lealdade foram fundamentais para que este projeto jornalístico se consolidasse e atravessasse o tempo. Desejamos-lhe êxito nos caminhos a trilhar, certos de que continuará contribuindo para a difusão do pensamento crítico e da cultura democrática no Brasil.
Opera Mundi segue adiante, fiel à sua missão e renovando sua estrutura para enfrentar os desafios da nova etapa, em uma transição em clima de serenidade e reconhecimento, celebrando a trajetória de um companheiro que ajudou a construir esta casa desde seus alicerces.
Breno Altman
Fundador de Opera Mundi























