Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Durante a IV Cúpula da Amazônia, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, propôs nesta terça-feira (08/08) a criação de uma aliança militar regional para defender a floresta amazônica e um tribunal de justiça ambiental para julgar os crimes cometidos na região. 

“Devemos criar um tratado de cooperação militar para interditar o que vai contra a selva amazônica em todos os nossos países, obviamente respeitando nossas soberanias”, disse o presidente.

Nesse sentido, Petro apresentou a proposta de tratado militar e judicial face ao aumento das ilegalidades e “crimes contra a humanidade” ao mesmo tempo que salientou que a vida “se defende com razões, mas também com armas”.

Por sua vez, o chefe de Estado colombiano indicou que nas próximas semanas será realizada uma reunião dos ministros da Defesa da região, na qual poderá ser definida a proposta.

“Acho que seria importante uma reunião de ministros da Defesa para ver se poderíamos chegar a esse tipo de acordo militar”, acrescentou. 

Ao mesmo tempo, o presidente propôs a criação de um tribunal de justiça ambiental amazônico para “julgar crimes contra a Amazônia, reconhecendo os direitos à floresta amazônica”.

Presidente da Colômbia também discursou contra a extração de petróleo na região, tema que não teve consenso entre os líderes e não integrou de forma clara a declaração do encontro

Twitter/Presidencia Colombia

Petro apresentou a proposta de tratado militar e judicial face ao aumento das ilegalidades e "crimes contra a humanidade" na Amazônia

“Me parece que deveríamos criar um Tribunal de Justiça Ambiental da Amazônia. Ouvi essa ideia de Rafael Correa [ex-presidente do Equador] há muito tempo em escala global, mas poderíamos torná-la privada”, enfatizou.

O discurso do presidente colombiano também abordou críticas à exploração de petróleo na Amazônia. Segundo sua proposta, a declaração final do encontro deveria ter uma “sinalização clara pelo fim da exploração de petróleo na Amazônia”, no entanto o assunto não foi consenso na reunião.

Por sua vez, a Declaração de Belém trouxe em seu 64º ponto o princípio de “trabalhar em conjunto na implementação de ações para erradicar a exploração ilícita de minerais e delitos conexos, incluindo lavagem de dinheiro, especialmente no que diz respeito à troca de informações sobre comércio e contrabando de mercúrio e outros metais pesados e à harmonização de políticas públicas para sua regulamentação e controle”. 

J´á em seu 66º ponto, afirma sobre o início de um diálogo para a criação de um Sistema de Controle de Tráfego Aéreo para o “monitoramento do tráfego aéreo ilícito e no combate ao narcotráfico e outros delitos conexos, ao desmatamento e à exploração ilegal de recursos naturais na Região Amazônica”, mas mais uma vez, sem mencionar a extração de petróleo em si. 

Por fim Petro pediu que apesar de não inserir o assunto na declaração, decisões fossem tomadas sobre a extração. 

(*) Com TeleSUR