Lula chega à cúpula do G20 para negociar proposta emperrada na COP30

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou nesta sexta-feira em Joanesburgo, onde participa da Cúpula do G20, evento que reúne líderes de diversos países e no qual o mandatário tentará negociar o plano defendido pelo Brasil de instalar um roteiro global de transição energética baseado na redução gradual do uso de combustíveis fósseis.

A proposta brasileira foi promovida durante a 30ª Conferência das Partes sobre a Mudança Climática (COP30), em Belém do Pará, mas acabou sendo retificada no texto final do evento da Organização das Nações Unidas (ONU) devido a uma forte pressão de países produtores de petróleo para a retirada de referências ao termo “combustíveis fósseis”, que estavam presentes na primeira versão, divulgada na última terça-feira (18/11).

O lobby pela retirada do termo do texto final da COP30 foi liderado pela Arábia Saudita e pela Índia, mas teria contado com a adesão de China, Nigéria e Rússia.

O grande desafio de Lula no evento realizado na África do Sul, portanto, seria negociar a proposta sem a exclusão do termo “combustíveis fósseis” e contando com o fato de que muitos dos países que aderiram ao lobby contra o termo também estarão presentes em Joanesburgo – é o caso de Arábia Saudita, China, Índia e Rússia, por exemplo.

Lula é recebido na cúpula do G20, na África do Sul, pelo presidente anfitrião Cyril Ramaphosa
Ricardo Stuckert / Presidência da República

G20 esvaziado

Após desembarcar na cidade sul-africana, o presidente Lula publicou uma mensagem em seus perfis nas redes sociais, dizendo que “o G20 traz em 2025 o lema ‘Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade’, temas de fundamental importância para o Brasil e para o Sul Global”.

Minutos depois, o mandatário brasileiro foi recebido por seu homólogo Cyril Ramaphosa, anfitrião da cúpula realizada pela primeira vez no continente africano.

Lula deverá ser uma das estrelas do encontro de G20 este ano, que contará com diversas ausências, entre elas a dos presidentes da Argentina, Javier Milei, da China, Xi Jinping, dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin.

A delegação brasileira na África do Sul também conta com os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Economia), além do veterano diplomata Celso Amorim, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais.

Com informações do The Guardian.