Alguns dias após manifestações de milhões de jovens ao redor do mundo pedindo aos líderes uma ação urgente em favor da natureza, os cientistas do IPCC – órgão independente da ONU – acreditam que medidas radicais ainda podem impedir que os piores cenários se concretizem. O documento ressalta que se as emissões de CO2 continuarem a aumentar, elas desequilibrarão os oceanos e as zonas mais frias do planeta.
“Todos, no mundo inteiro, serão afetados pelas mudanças que já estamos observando”, sublinha o oceanógrafo britânico Michael Meredith, um dos autores do estudo. “O elemento principal deste relatório é que temos uma escolha. O futuro ainda não está definido”, reitera.
Consequências diretas para 1,3 bilhão de pessoas
Finalizado na terça-feira (24/09) durante uma sessão de 27 horas de negociações em Mônaco entre cientistas e representantes governamentais, o documento é o resultado de dois anos de trabalho do IPCC. Realizado por mais de 100 especialistas com base em sete mil publicações científicas, ele detalha as consequências diretas do aquecimento global para 1,3 bilhão de pessoas que vivem próximas ao mar ou aos pés das montanhas.
Os autores do estudo acreditam que os oceanos podem subir um metro até 2100 – dez vezes mais do que no século 20. Segundo eles, se as emissões de dióxido de carbono continuarem aumentando daqui até 2300, o nível do mar pode se elevar a cinco metros.
























