Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Com os termômetros batendo na casa dos 36 graus Celsius em Pequim, nesta segunda-feira (15/05), as principais cidades chinesas emitiram avisos de calor intenso, com previsão de recordes de temperatura em certas regiões. O fornecimento de eletricidade e as colheitas podem ser afetadas, em uma economia já fragilizada após a crise da Covid-19.

O fenômeno não é novo. Desde março, a China vem registrando ondas de calor em várias regiões de seu território. Os termômetros passaram dos 40 graus Celsius na província de Yunnan, conhecida por seu clima ameno. 

A província oriental de Shandong e a capital Pequim emitiram avisos de calor. Jinan e Tianjin, no norte, e Zhengzhou, no centro do país, deverão registrar temperaturas de até 37 graus Celsius. 

Essas ondas de calor ocorrem antes da chegada do verão, o que é particularmente preocupante para a agricultura, já que as condições climáticas podem piorar. Os danos sofridos nos cultivos devem elevar os preços dos produtos e a população já se preocupa com as consequências do calor no aumento dos preços dos alimentos, o que agrava a inflação e pesa na economia 

A China está tentando se recuperar, após uma desaceleração no crescimento econômico causado por três anos de uma política de saúde bastante restrita de “Covid zero”. 

Principais cidades chinesas emitiram avisos de calor intenso; fornecimento de eletricidade e as colheitas podem ser afetadas

Shankar S/Flickr

Termômetros bateram na casa dos 36 graus Celsius em Pequim, nesta segunda-feira (15/05)

Restrições de água

Até 20 de abril, a província de Yunnan recebeu apenas 35 milímetros de chuva ao longo de um ano, segundo informações de um canal de televisão local público (CFTV). A capital da província, Kunming, recebeu menos de 8 mm de chuva, o nível mais baixo registrado desde o início dos registros. 

O calor também pode prejudicar o abastecimento de água. No ano passado, em um período de temperaturas recordes que durou dois meses, os principais rios secaram, afetando seriamente o rio Yangtze. 

Os especialistas em clima atribuem essas condições de extremos climáticos ao aquecimento global. Em seu último relatório, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) estimou que seria muito provável o reaparecimento do fenômeno El Niño durante o ano, o que acentuaria as ondas de calor.